Lula recebe presidente argentino Alberto Fernández para discutir crise econômica
Este é o quarto encontro entre os líderes neste ano
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente da Argentina, Alberto Fernández,nesta segunda-feira (26), no Palácio do Planalto, em Brasília. O encontro foi seguido por um almoço no Palácio Itamaraty, sem previsão de declaração à imprensa.
Os argentinos enfrentam uma grave crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda do poder de compra e altos índices inflacionários. Além disso, uma seca histórica tem afetado as safras de grãos do país, colocando em risco as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no pagamento das dívidas.
Lula tem buscado iniciativas para ajudar a Argentina e evitar uma queda nas exportações brasileiras. No mês passado, durante sua visita ao Japão, o presidente brasileiro conversou com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, sobre a situação econômica do país vizinho. Ele também buscou apoio junto ao Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Desde janeiro, Lula e Fernández se encontraram quatro vezes. Além da posse de Lula em janeiro, o presidente brasileiro fez uma visita oficial à Argentina. Durante essa visita, foi assinada uma declaração conjunta com vários compromissos. Fernández também esteve em Brasília em outras duas ocasiões, uma delas para se reunir diretamente com Lula e outra para participar da cúpula de presidentes sul-americanos.
A visita do presidente argentino nesta segunda-feira ocorre a convite de Lula, no contexto da celebração dos 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países. O governo brasileiro considera as relações com a Argentina como "estratégicas e prioritárias", sendo um eixo fundamental do Mercosul e do processo de integração sul-americana.
A Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, com exportações no valor de US$ 15,3 bilhões em 2022. As importações de produtos argentinos chegaram a US$ 13 bilhões. O Ministério das Relações Exteriores ressaltou a importância do comércio bilateral, que tem um alto valor agregado e desempenha um papel estratégico para o desenvolvimento e a industrialização dos dois países.