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Lula sanciona com vetos projeto que flexibiliza pagamento das dívidas dos estados

O presidente vetou trechos que, na visão do governo, geravam impacto no resultado primário das contas públicas

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Lula sanciona com vetos projeto que flexibiliza pagamento das dívidas dos estados

Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (14), o projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal. Lula vetou trechos que, na visão do governo, geravam impacto no resultado primário das contas públicas.

"A sanção presidencial reforça o compromisso com a solução das dívidas dos estados, possibilitando a redução dos juros, o alongamento da dívida e o uso de ativos para abatimento dos débitos, incentivando uma gestão fiscal responsável e investimentos em áreas prioritárias para o desenvolvimento do país", diz material divulgado pelo governo.

Na última quinta-feira (9), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia antecipado que Lula realizaria os vetos. Na ocasião, Haddad disse que o Senado fez um "projeto próprio", que difere do texto proposto pela área econômica do governo federal.

"E o presidente está informado das diferenças do que nós tínhamos proposto e do que foi aprovado. Ele esta a par dessas diferenças. O que estamos levando à consideração do presidente é que tudo que tenha impacto primário seja vetado. E há alguns itens que têm impacto primário", acrescentou o ministro.

Os trechos vetados deverão ser analisados novamente pelo Congresso – que pode, se atingir um número mínimo de votos, restaurar as partes vetadas e incluí-las novamente no texto.

Dívidas dos estados é de quase R$ 800 bilhões

Atualmente, a dívida dos estados com a União é de quase R$ 800 bilhões e é corrigida pelo que for menor: a taxa básica de juros ou a inflação oficial mais 4% de juros ao ano. O projeto mantém a correção pela inflação, mas permite que os estados reduzam a até zero os juros adicionais. Para isso, os estados terão até o fim de 2025 para aderir ao PROPAG, o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados.

Os estados não são obrigados a aderir ao plano. Os que o quiserem terão 120 dias, após a lei entrar em vigor, para fazê-lo. Os débitos serão pagos em um prazo de 30 anos. O benefício não será retroativo, mas os entes poderão abater o valor cheio da dívida se transferirem para a União ativos (participação em empresas públicas), bens, imóveis e créditos, além de receitas da exploração de petróleo ou gás natural.

Além disso, para ter a redução dos juros, os estados terão que contribuir também com um novo fundo, que vai ter o valor arrecadado dividido entre todos os estados, inclusive os que não têm dívidas com a União.

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