Luxo e lucro: como o turismo de bem-estar está aumentando o faturamento de hotéis em até 160%
Aos detalhes...

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O ato de viajar mudou. Priorizando a recuperação de energias, a busca por destinos que promovam o equilíbrio e a desconexão se tornou uma necessidade essencial para muitos, e não mais um mero luxo. Em resposta, surgem refúgios que mesclam tecnologia de ponta em estética e wellness com vivências profundas, como o aprendizado de novos esportes, a imersão na natureza ou simplesmente o convite ao desaceleramento.
Essa mudança de foco do consumidor alimenta uma tendência global de crescimento vertiginoso: o turismo de bem-estar. O Global Wellness Institute estima que este segmento movimentará impressionantes US$ 1,3 trilhão até 2025, um valor que praticamente dobra o volume do turismo convencional.
O bem-estar transcendeu a categoria de mera amenidade e se consolidou como um forte diferencial competitivo no setor hoteleiro, gerando retornos financeiros significativos. Dados do Wellness Real Estate Report indicam que estabelecimentos com forte orientação ao bem-estar (Major Wellness) alcançaram, em 2024, uma receita por quarto 56% superior à de hotéis com ofertas limitadas. Em comparação com a hotelaria sem foco em wellness, a performance dos Major Wellness é ainda mais notável, registrando receitas até 108% maiores.
No mercado de luxo, o impacto no faturamento é dramático, com algumas propriedades reportando um crescimento de receita de até 160% no último ano. Esse desempenho, acompanhado por margens de lucro mais robustas, confirma que o investimento em bem-estar é uma decisão estratégica, rentável e sustentável para investidores.
O modelo do turismo wellness não se limita a adicionar serviços; ele se baseia na criação de experiências que transformam a estadia em uma verdadeira jornada de renovação. É esse foco em conexão e equilíbrio que impulsiona o valor e o sucesso desses empreendimentos.
Observando essa demanda, redes globais, como a Hyatt, estão redefinindo sua hospitalidade. A rede investe em experiências wellness sofisticadas através de marcas como a Alila (portfólio Luxury), conhecida por suas vivências imersivas e personalizadas que valorizam a cultura, a comunidade e a consciência ambiental.
Exemplos disso são o Alila Ventana Big Sur, na Califórnia, que convida os hóspedes a práticas de respiração e mergulhos em rios frios em meio a sequoias, e o Alila Fort Bishangarh, na Índia, que oferece imersão cultural com artesãos locais e massagens ayurvédicas.
Na Hyatt Inclusive Collection, a linha all inclusive da rede, o bem-estar deixou o papel secundário para se tornar o eixo central da experiência. A marca funde o luxo com o modelo all inclusive, expandindo as ofertas tradicionais para incluir o equilíbrio físico e mental.
Os resorts promovem um estilo de vida integralmente saudável, oferecendo gastronomia adaptada (com opções veganas, sem glúten e vegetarianas), aulas de culinária, terapias sonoras, yoga e fitness inclusos. Os hóspedes têm acesso total a spas e experiências personalizadas dentro do próprio complexo, destacando-se rituais de som, programas de fitness sob medida e uma gastronomia voltada para a saúde.
“Essa visão reforça que o futuro da hospitalidade não se mede apenas pela taxa de ocupação, mas pela capacidade de entregar experiências de alto valor, com impacto sustentável para hóspedes e investidores”, afirma Alfredo Reynoso, vice-presidente regional da Hyatt Inclusive Collection.
Reynoso complementa que a estratégia de expansão da rede visa não apenas aumentar a capacidade hoteleira, mas também estabelecer um novo padrão para o turismo, integrando saúde, sustentabilidade e tecnologia de forma pioneira. A rede fortalece sua oferta por meio de parcerias com fornecedores locais e especialistas em saúde, solidificando seus destinos como referências globais em hospitalidade de bem-estar.
“O segmento all inclusive, antes associado apenas ao conforto e ao entretenimento, evoluiu para propostas mais conscientes. Nosso objetivo é oferecer experiências integrais e liderar a transição do setor para um modelo que combine bem-estar, sustentabilidade e tecnologia”, conclui Reynoso.

