Política

Maia afirma que a troca de ministros durante a pandemia "não é bom"

Rodrigo Maia tem sido acusado por apoiadores de Jair Bolsonaro de querer "derrubar" o presidente da República

Por Juliana Dias
Ás

 Maia afirma que a troca de ministros durante a pandemia "não é bom"

Foto: Agência Brasil

Em silêncio desde a saída de Sergio Moro do ministério da Justiça, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, falou nesta segunda-feira (27) que a troca de ministros durante a pandemia "não é bom". De toda forma, Maia usou uma linha mais apaziguadora em relação ao assunto que intensifica a crise política no país e falou que cabe ao Parlamento um posicionamento "moderador". Para ele, o foco tem que se voltar às ações para o combate ao coronavírus, que são urgentes, tanto em relação à saúde como em relação à economia.

Rodrigo Maia, que tem sido acusado por apoiadores de Jair Bolsonaro, de querer "derrubar" o presidente da República, sinalizou que não tem pretensão de aceitar nenhum dos pedidos de impeachment contra ele e pediu ponderação em relação a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as revelações de Moro contra Bolsonaro. Em relação a isso, Maia disse que já está encaminhado o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do decano Celso de Mello, que será substituído ainda este ano por um ministro indicado pelo próprio Bolsonaro

Maia disse que em momentos como o que Brasil passa, as discussões sobre um impeachment ou uma CPI para investigar o presidente da República têm que ser feitas com calma, equilíbrio e cuidado. Maia ainda colocou que como "juiz", tem que evitar comentar sobre a aceitação de um processo de impeachment. "O que não podemos é deixar que o Parlamento seja mais um instrumento de crise e incertezas", registrou.  

Desde a última sexta-feira (24), quando o Moro anunciou sua saída do governo, a Câmara recebeu três novos pedidos de impeachment contra Bolsonaro.  Um assinado pela ex-líder do governo, a deputada Joice Hasselmann, atual líder do PSL na Câmara; outro pelo líder da minoria no Senado, o senador Randolfe Rodrigues e; mais um, por Ciro Gomes. Estes pedidos se somam a outros 27 que já haviam sido apresentados, parte deles, relacionados a participações de Bolsonaro em manifestações que defendem a retomada da atividade econômica e criticam a atuação dos outros Poderes, Legislativo e Judiciário.

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