Maia destronado; Lira é o recomeço
Confira o editorial desta terça-feira (2)

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados para os próximos dois anos, talvez mais emblemática do que qualquer outra na história recente do país, foi um movimento de mão dupla: elegeu Artur Lira (PP) e destronou Rodrigo Maia (DEM).
É uma ruptura importante ao processo democrático de parte do Legislativo federal.
Maia personalizou a cadeira onde se sentou por quase cinco anos no comando da Câmara. Tentou ditar regras de acordo com interesses próprios e não raramente, para não dizer quase sempre, tensionou a relação com o Executivo.
Remete, no entanto, ao movimento em 2019 no Senado, daquela espalhafatosa eleição que alçou Davi Alcolumbre (Dem) à presidência da Câmara Alta e que fez Renan Calheiros correr.
Situações diferentes e distintas, mas que possibilitam um recomeço à política nacional, sem os vícios e artimanhas daqueles que desejavam perpetuar no poder.
Que Lira, daqui em diante, faça valer o que prometeu no discurso antes da votação que o elegeu: harmonia na relação com Planalto.
O deputado está muitíssimo certo: o Brasil não aguenta mais acotovelamentos, não aguenta mais brigas, não aguenta mais puxar cordas, dinâmicas tão alimentadas por Maia.