Maia diz que Câmara ainda não tem votos suficientes para adiamento de eleições municipais
Entre os entraves está a defesa de alguns parlamentares pelo aumento do mandato atual
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As discussões sobre um possível adiamento das eleições por conta da pandemia do novo coronavírus no Brasil caminharam para a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2020 que prevê mudar, excepcionalmente as datas da escolha de prefeitos e vereadores para para 15 e 29 de novembro (1º e 2º turno respectivamente). A intenção é votar ainda nesta terça (23) o relatório do senador Weverton (PDT-MA) em sessão virtual do Senado, para que o texto siga nesta semana para análise dos deputados. Porém, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que não há consenso na Casa para o adiamento.
Entre os entraves está a defesa de alguns parlamentares pelo aumento do mandato atual, o que possibilitaria a unificação das eleições no país em 2022. Ainda são ponderadas dúvidas em relação ao comportamento da curva de contaminações pela Covid-19, que é diferente em cada Estado. Para Rodrigo Maia, a extensão do tempo do mandato é inconstitucional.
As afirmações de Maia foram dadas em coletiva de imprensa na Câmara, em que, mais uma vez, reforçou que ele e a maioria dos parlamentares são favoráveis à prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600 por mais dois meses, no mínimo. Maia afirmou estar aberto para dialogar com o governo, mas, na segunda-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que vetaria uma proposta do Congresso neste sentido.
"A gente sabe que tem um custo renovar, mas o custo maior é não renovar. A gente tem que fazer a pergunta de quanto custa não renovar [o auxílio] para milhões de brasileiros que da noite para o dia ficaram e continuarão sem renda nos próximos meses", colocou Maia.
De acordo com o presidente da Câmara, "é hora de escolher prioridades" e, além do auxílio emergencial, é indispensável dar crédito para empresas e continuar a ajudar Estados e municípios para minimizar os efeitos econômicos da pandemia.