Maioria dos brasileiros acha que o governo mais errou do que acertou na resposta à polêmica do Pix, diz Quaest
Entrevistados mais avaliaram como negativa (53%) do que positiva (18%) a comunicação do governo nestes dois anos de gestão

Foto: Agência Brasil
A maioria dos brasileiros (66%) acha que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais errou do que acertou ao lidar com a polêmica sobre o monitoramento do Pix. Os dados são de pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (27).
O número de brasileiros que pensa o contrário, por sua vez, é de 19%. Já 5% disseram que o governo acertou e errou de forma igual, enquanto outros 10% não souberam ou não responderam à pergunta. A pesquisa ouviu 4,5 mil entrevistados dos dias 23 a 26 de janeiro.
A Quaest também perguntou na pesquisa qual a notícia mais negativa a pessoa ouviu do governo Lula e 11% responderam que era a regulação do PIX. As outras respostas ficaram com 3% de citações ou abaixo deste patamar.
Os entrevistados mais avaliaram como negativa (53%) do que positiva (18%) a comunicação do governo nestes dois anos de gestão. Outros 23% responderam que ela é regular e 6% não souberam ou não responderam.
Entenda
Em janeiro, a Receita Federal anunciou novas regras para monitorar transações financeiras via PIX, sob a justificativa de impedir fraudes e sonegação fiscal. O Fisco disse que passaria a fiscalizar valores superiores a 5 mil para pessoas físicas e 15 mil para pessoas jurídicas.
A notícia das mudanças na fiscalização dos meios de pagamento gerou terror entre contribuintes, com a disseminação de que um novo tributo passaria a valer sobre o Pix. Ao Farol da Bahia, a Receita já havia declarado que se tratava de uma notícia falsa e que o monitoramento, inclusive, já acontecia antes.
"Acontecia [o monitoramento] da mesma forma. Foi adicionado um módulo para informar operações com cartão de crédito e um módulo para as instituições de pagamento. Antes, eram informados os saldos e valores globais acima de R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil para pessoas jurídicas”, explicou André Reis, auditor-fiscal da Receita Federal.
Após repercussão negativa e onda de desinformação, o governo acabou voltando atrás sobre o monitoramento do Pix. "É para evitar judicialização e mentiras que a Receita Federal está tomando a atitude de revogar [a norma]. O Advogado-geral da União, Jorge Messias, vai falar como vamos chegar nos autores das Fake News. Tudo isso para resguardar as pessoas", afirmou o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, à imprensa.