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Mais de 200 cidades no Brasil têm umidade menor ou igual ao desertos

Em meio a pior seca da história recente do país e de uma onda de calor com altas temperaturas

Por Da Redação
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Mais de 200 cidades no Brasil têm umidade menor ou igual ao desertos

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

De acordo com dados apresentados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ao menos 244 cidades marcaram que umidade relativa do ar menor ou igual à do deserto do Saara na última terça-feira (3). Com o tempo seco e as altas temperaturas a previsão é de que nesta quarta-feira (4) os índices possam ser ainda piores.

O último mês do inverno, setembro, iniciou com uma onda de calor que fez subir as temperaturas. Nesta terça-feira, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul as máximas chegaram aos 40°C. Assim, como no interior de São Paulo e Minas Gerais, as cidades chegaram a 39°C. A subida do termômetro levou especialistas a debaterem até mesmo se o Brasil é o país mais quente do mundo nesta semana. 

O calor se somou à seca, que é a maior e mais extensa já enfrentada pelo país, com cidades sem chuva há mais de cem dias. A falta de chuva e a alta temperatura faz com que a umidade, literalmente, evapore, chegando a níveis desérticos.

No deserto do Saara, por exemplo, a umidade do ar varia de 14% a 20%. No país, 244 cidades registraram índices menores ou iguais a esse na terça-feira (3).

Cidades com níveis de umidade semelhantes aos do Deserto do Saara:

  • BARRETOS-SP 7%
  • GAMA (PONTE ALTA)-DF 7%
  • GOIÂNIA-GO 7%
  • ITUIUTABA-MG 7%
  • LUZIANIA-GO 7%
  • MARILIA-SP 7%
  • MORRINHOS-GO 7%
  • PARANAÍBA-MS 7%
  • TRES LAGOAS-MS 7%
  • TUPA-SP 7%

Já a Bahia aparece na posição de 32 pelo município de IBOTIRAMA-BA com cerca de 10% na Umidade do ar.

Por que isso está ocorrendo?

Segundo o Climatempo, existem principais pontos para a estação está seca, ainda, mas, sendo que estamos em período com menos chuva e isso impacta na umidade relativa do ar que se estende até outubro. No entanto, a situação ficou mais grave por três fatores:

Seca histórica: o Brasil vive a maior e mais intensa seca de sua história recente. Todos os estados, com exceção do Rio Grande do Sul, estão passando pelo pior período seco já visto. Segundo os dados do Cemaden, em dez estados além do Distrito Federal não chove há mais de cem dias.

Calor intenso: setembro começou com uma onda de calor que vai levar cidades a níveis recordes de calor. Com a temperatura alta e menos chuva, a umidade acaba se dissipando.

Bloqueios Atmosféricos: o bloqueio é uma configuração dos ventos que impede o avanço de frentes frias e, consequentemente, das chuvas. Com menos nuvens e chuva, a umidade vai ficando cada vez mais baixa.

O que esperar no próximo dias?

Segundo os meteorologistas, a situação é grave e pode piorar. Isso porque estamos em mais um dia com altas temperaturas. A umidade vai caindo ao longo do dia, conforme a temperatura vai aumentando. 

O Inmet emitiu um aviso de sinal vermelho para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal porque a umidade deve ficar abaixo de 12%.

Para o restante do país, há um alerta amarelo, com a umidade ficando em até 30%.

Impactos na saúde

Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a faixa de umidade ideal para o organismo humano situa-se entre 40% e 70%. Quando essa taxa cai para 30%, já se configura uma situação de alerta, com prejuízos evidentes para a saúde.

Já esse tempo seco, eco pode levar a problemas respiratórios, cansaço, dor de cabeça, narinas e olhos ressecados. O desconforto é ainda maior para pessoas que já têm doenças respiratórias, como asma, rinite alérgica ou bronquite crônica, que ficam propensas ao agravamento dos quadros.

Isso acontece porque um dos mecanismos de defesa que temos para as vias aéreas é o muco. Com o ar seco, esse muco também seca e isso piora a obstrução.

Dicas para enfrentar o tempo seco

  • Beba bastante água (cerca de dois litros por dia ou 10 copos de água de 200 ml). Ela hidrata todos os órgãos, inclusive pele e mucosa.
  • Se puder, tenha um umidificador de ar em casa. Você também pode colocar uma bacia com água no ambiente ou uma toalha umedecida para minimizar os efeitos do ar seco, do ar poluído.
  • Hidrate bem as mucosas com soro fisiológico - pelo menos duas vezes ao dia.
  • Lave os olhos com soro fisiológico ou com colírio de lágrima artificial.
  • Cuidado com bebidas alcoólicas. Elas podem refrescar, mas também desidratam.
  • Mantenha a casa limpa, evitando o acúmulo de poeira.
  • Evite praticar exercícios físicos das 11h às 17h.
  • Proteja-se ao máximo do sol e evite o ressecamento das mucosas e pele.

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