Mais de 200 mil presos podem ser soltos com base em artigo do pacote anticrime
Artigo foi usado pelo ministro Marco Auréleo Mello, do STF, para soltar André do Rap
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Com o artigo do pacote anticrime usado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, que determinou a soltura de André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, suposto chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), outros 231 mil presos também podem ser beneficiados, já que estão sob o mesmo regime de obrigatoriedade da avaliação da prisão em 90 dias. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com o conselho, 30% dos presidiários no país, o que equivale a 770 mil no total, se encontram nessa situação, ou seja, estão presos preventivamente. O comparsa de André do Rap, Gilcimar de Abreu (o Poocker), condenado no mesmo processo que o suposto chefe do PCC, também pegou brecha para pedir liberdade à Justiça.
O pacote anticrime foi formulado pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, e sancionado, com vetos, no final de 2019. De acordo com o dispositivo, a prisão preventiva deve ser fundamentada a cada 90 dias.
Ao Metrópoles, o advogado criminalista David Metzker, sócio da Metzker Advocacia, explicou que mesmo que os 231 mil presos tenham benefício com a brecha, cada caso é analisado individualmente.
“Tem que ser analisado caso a caso. Até porque esse foi o entendimento do ministro Marco Aurélio. O plenário, após esse episódio, deverá se manifestar. O certo deveria seguir esse entendimento [do pacote anticrime]. O juiz e o promotor deverão estar atentos a cada caso para que a lei seja cumprida e a prisão preventiva revisada no período estipulado pela lei. Não sendo feita, a prisão se torna ilegal”, explicou.