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Mais de 40% dos entregadores de aplicativo já sofreram acidente no trabalho; cerca de um terço vive em insegurança alimentar

A pesquisa foi divulgada após uma paralisação nacional pedindo por mais direitos

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Mais de 40% dos entregadores de aplicativo já sofreram acidente no trabalho; cerca de um terço vive em insegurança alimentar

Foto: Reprodução/TV Globo

Um relatório apontou que 41,3% dos entregadores de aplicativos de comida já sofreram algum tipo de acidente no exercício da função, e que 32% sofrem algum tipo de insegurança alimentar.

A pesquisa foi feita pela ONG Ação da Cidadania, e os dados fazem parte do relatório "Entregas da Fome; Insegurança Alimentar Domiciliar em trabalhadores de aplicativos de entrega de comida nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro”.

O resultado mostra uma rotina de jornadas exaustivas, insegurança e precariedade. A coleta contou com as entrevistas de 1,7 entregadores nas duas maiores cidades do país. 

Os entregadores realizaram uma paralisação nacional de dois dias pedindo mais direitos, entre eles: uma taxa mínima de R$10 por entrega, aumento no valor do quilômetro rodado e limite de três quilômetros de distância para quem usa bicicleta. 

O diretor-executivo da Ação da Cidadania, Rodrigo Kiko Afonso, destacou em entrevista ao g1, a sobrecarga que a maioria dos trabalhadores enfrenta. 

"Quase 60% trabalham 7 dias na semana, quase 60% trabalham mais de 9 horas por dia para ganhar um salário irrisório. Você vê que a renda familiar é muito baixa, mesmo com a contribuição desse trabalhador. E é um trabalho de altíssimo risco. Mais de 40% dos entregadores sofreram algum acidente durante as entregas".

Sobre os acidentes de trabalho, 41,3% dos trabalhadores revelaram terem sofrido algum tipo de acidente durante o trabalho. A maioria falou sobre acidentes leves, mas 38,8% contaram já terem sofrido algum acidente grave que precisou de afastamento do trabalho. A minoria contribuiu para a previdência social (27,8%).   

A pesquisa revelou que o trabalho como entregadores é a ocupação principal que exercem (91,5%). As famílias têm renda mensal entre 2 e 5 salários mínimos. A maioria deles afirmaram ter boa alimentação, mas pelo menos um terço sofre de algum tipo de insegurança alimentar. 

“A grande maioria trabalha muito e acaba virando, realmente, um trabalho que é o único dele, que toma a semana inteira e que também tira a possibilidade de futuro desse trabalhador. No fim do dia, esse trabalhador não paga imposto, então ele não tem previdência, não tem aposentadoria garantida para o futuro, não tem plano de saúde. E o que que acontece com isso? O Estado acaba arcando com esses gastos por esse trabalhador, enquanto a empresa está lucrando milhões de reais nesse modelo”, finalizou o diretor da ONG.
 

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