Mais de 60 profissionais da mídia foram mortos em 2022, afirma ONU
Número é 50% a mais que no ano anterior
Foto: Unsplash/Joppe Spaa
Cerca de 67 profissionais da mídia foram mortos em 2022, segundo a Organização das Nações Unidas. A informação foi divulgada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira (3), Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. O número é 50% a mais que no ano anterior.
Guterres afirmou ainda que a verdade é ameaçada pela desinformação e pelo discurso de ódio que procuram confundir os limites entre fato e ficção, entre ciência e conspiração.
De acordo com a ONU, quase 75% dos profissionais de mídia sofreram violência online e uma em cada quatro foi ameaçada fisicamente. O secretário-geral demonstrou preocupação com a crescente concentração da indústria da informação “nas mãos de poucos”, as dificuldades de empresas de comunicação independentes e o aumento de leis e regulamentos que prejudicam os jornalistas.
Participação brasileira
O influenciador e youtuber Felipe Neto participou Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, na terça-feira (2), da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco. Ele destacou a relação entre algoritmos, vício em redes sociais e radicalização.
Para Felipe Neto, é preciso impedir que os algoritmos façam “lavagem cerebral” nas pessoas e as tornem radicais com o intuito de mantê-las mais tempo online. O youtuber defendeu uma maior responsabilização das plataformas de redes sociais e mecanismos efetivos de regulação de conteúdo.
Premiação
As jornalistas iranianas Niloofar Hamedi e Elaheh Mohammadi ,detidas em setembro de 2022 por reportagens sobre a morte da jovem Mahsa Amini, presa por não usar “corretamente” o véu e morta sob custódia policial, receberam o prêmio Mundial Liberdade de Imprensa.
A terceira premiada é Narges Mohammadi, sentenciada em 2016 a 16 anos de cadeia. Ela continuou a fazer reportagens impressas da prisão e também entrevistou outras detentas. As entrevistas foram incluídas em seu livro, Tortura Branca, numa tradução livre.