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Mais de 70% dos negros enfrentam a pandemia sem reservas financeiras

No levantamento, 71% dos negros no país, não têm reservas financeiras

Por Da Redação
Ás

Mais de 70% dos negros enfrentam a pandemia sem reservas financeiras

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Um estudo feito pelo Instituto Locomotiva mostrou como a crise conômica causada pela pandemia do coronavírus afetou de forma desigual as famílias negras e brancas. No levantamento, 71% dos negros no país, não têm reservas financeiras para o enfrentamento na pandemia. 

Entre os 29% que tinham dinheiro guardado, 12% já usou todo o recurso e 23% gastou a maior parte para se manter durante a crise. 73% das pessoas pretas e pardas tiveram redução na renda devido à pandemia, índice que cai para 60% entre as brancas. Quase a metade das negras (49%) disse que deixou de pagar alguma conta no período, enquanto o percentual ficou em 32% para as brancas.

Mesmo as políticas governamentais impactam, segundo a pesquisa, de forma diferente a população negra. De acordo com o estudo, mais negros (43%) do que brancos (37%) pediram o auxílio emergencial do governo federal. Mas, entre os que pediram, o percentual de atendidos é menor entre a população negra (74%) do que entre a branca (81%).

Em continuação, o estudo mostrou que as classes D e E são compostas majoritariamente por pessoas negras (76%). Por outro lado, As classes A e B são na maioria (63%) brancas. A renda média das pessoas negras é de R$ 1.764 por mês e das brancas, de R$ 3.100. O estudo mostra que isso está ligado a uma menor proporção de negros em posições melhor remuneradas: 90% dos negros ganham até R$ 3.060 e a mesma proporção de brancos recebe até R$ 6.122. Quando o patamar é mais alto, a desigualdade é ainda maior, 95% dos negros têm rendimentos de até R$ 4.591, valor que chega a R$ 10.187 entre a população branca.

Ao observar especificamente os cargos de chefia, a pesquisa constata que 66% dos brasileiros têm chefes brancos, 21% pardos e 10% pretos. Aos que tiveram mais estudos, a diferença de remuneração permanece. Os homens negros com ensino superior recebem em média R$ 4.990 e as mulheres negras, R$ 3.067. Os homens brancos com diploma tem um salário médio de R$ 7.286 e as mulheres brancas, R$ 4.566.

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