Mais de 800 mil pessoas fugiram de Rafah após ataques de Israel, diz ONU
Segundo organização, cada vez que famílias são deslocadas, as suas vidas correm “sério risco”
Foto: Unicef/Eyad El Baba
Mais de 810 mil pessoas deixaram Rafah, no sul de Gaza, nas últimas duas semanas, depois que Israel ampliou a operação militar na região, segundo a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa). A Unrwa também alertou, nesta segunda-feira (20), que cada vez que famílias são deslocadas, as suas vidas correm “sério risco” e elas são obrigadas a deixar tudo para trás em busca de segurança.
No início de maio, às Forças de Segurança de Israel (FDI) emitiram um comunicado para que civis saíssem de partes de Rafah, que, antes, serviam de abrigo para palestinos que deixaram suas casas desde o começo do conflito entre Israel e o Hamas.
No Telegram, os militares informaram que entrariam na região para encontrar e neutralizar “organizações terroristas” em operação. Estima-se que mais de 1 milhão de palestinos estivessem refugiados em Rafah na ocasião.
A agência ressaltou ainda que não há uma zona segura em Gaza e as pessoas estão se abrigando em qualquer lugar que podem, incluindo nas instalações danificadas da agência no norte do conflito. O comissário-geral da Unrwa, Philippe Lazzarini, afirmou em suas redes sociais que “mais uma vez, quase metade da população de Rafah está na estrada”.
Ainda de acordo com o chefe da Unrwa, as áreas para onde as pessoas fugiram não têm abastecimento de água potável ou instalações sanitárias. Lazzarini declarou que “a alegação de que as pessoas em Gaza podem deslocar-se para zonas ‘seguras’ ou ‘humanitárias’ é falsa e que cada vez que isso acontece, a vida de civis é colocada “em sério risco”. Segundo ele, em Gaza “nenhum lugar é seguro e ninguém está seguro”.
A situação está novamente se agravando pela falta de ajuda e de insumos humanitários básicos. Entretanto, as principais passagens para Gaza permanecem fechadas ou não são seguras, pois estão localizadas perto ou em zonas de combate.