Mais de R$ 50 bilhões foram retirados da poupança neste ano, aponta BC
Esta é a maior retirada líquida para esse período desde o início da série histórica
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
No primeiro trimestre deste ano, foram retiradas R$ 51,23 bilhões das cadernetas de poupança, segundo o Banco Central. Esta é a maior retirada líquida para esse período desde o início da série histórica, em 1995. Até então, a maior evasão de recursos nos três primeiros meses de um ano havia sido registrada em 2022 (-R$ 40,37 bilhões).
Neste período, os depósitos somaram R$ 908,37 bilhões, e as retiradas R$ 959,6 bilhões. Somente em março, a saída de recursos (acima dos depósitos) somou R$ 6,08 bilhões.
Isso representa queda em relação aos meses de janeiro (-R$ 33,63 bilhões) e fevereiro (-R$ 11,52 bilhões) deste ano, e também na comparação com março de 2022 (-R$ 15,35 bilhões).
Com a saída de recursos da poupança no mês passado, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda. Em fevereiro, estava em R$ 968 bilhões, recuando para R$ 967,4 bilhões no fim de março.
A retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de juros elevados e de inflação ainda pressionada.
Em 13,75% ao ano, a taxa básica da economia está no maior nível em mais de seis anos, com reflexos nas taxas cobradas pelos bancos - que somaram, em fevereiro, a maior taxa média em cinco anos.
Rentabilidade da poupança
Em 2022, a poupança teve o primeiro ano de rendimento real desde 2018, após três anos de ganhos abaixo da inflação oficial do país.
No ano passado, a aplicação financeira mais popular do país registrou rentabilidade de 2%, já descontado o aumento de preços pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).