Manifestantes chegam à capital do Peru para protesto contra o governo
Episódio é desdobramento da queda de Pedro Castillo, que no dia 7 de dezembro tentou dar um autogolpe
Foto: Pexels
Caravanas com milhares de manifestantes peruanos chegaram a Lima nas últimas horas desta quinta-feira (19), respondendo à convocação para um ato em massa contra o governo de Dina Boluarte e o Congresso.
É o desdobramento da crise que se agravou após a queda de Pedro Castillo, que no dia 7 de dezembro tentou dar um autogolpe, mas acabou destituído e detido, desencadeando uma convulsão social que já deixa pelo menos 50 mortos, incluindo 49 civis.
Os manifestantes — em sua maioria grupos indígenas, camponeses e estudantes — viajam para o ato batizado de “Tomada de Lima”, que foi convocado pela Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru. Eles vêm principalmente das regiões de Cusco, Ayacucho, Cajamarca, Puno e Apurimac.
Essas regiões, juntas, deram mais de 70% dos votos para Castillo nas eleições que o levaram ao poder em 2021, retrato das divisões entre a capital e o interior do país.
As forças de segurança foram postas em alerta máximo, e a presidente Boluarte pediu que os protestos não se transformem em atos violentos — apelo repetido pela Defensoria do Povo.
Viajantes
Na antecipação dos atos, o governo declarou estado de emergência na capital e nas regiões de Cusco, Callao e Puno, onde um massacre na semana passada deixou 19 mortos.
”Não queremos mais mortes, não queremos mais feridos, basta de sangue, basta de famílias enlutadas no Peru”, disse o Ministro do Interior, Vicente Romero, em uma entrevista coletiva após uma reunião de Gabinete na quarta, pedindo que a população tenha confiança nas forças de segurança.