Marília Mendonça tem mais 20 anos de músicas para serem lançadas, diz empresário

O empresário Wander Oliveira, dono da Workshow, empresa que administra a obra de Marília Mendonça, informou que existem ao menos 20 anos de obras no acervo da artista, que faleceu em 2021, para serem lançadas futuramente.

"A ideia é trabalhar 10 músicas por ano. Existem coisas para 20 anos, com folga", contou o empresário.

Os direitos pelas criações da cantora foram divididos entre a família de Marília, como a mãe, Ruth Moreira, e o cantor Murilo Huff, pai do único filho e herdeiro da cantora; a "Som Livre", gravadora que pode explorar comercialmente as produções da cantora em vida; e a Workshow, empresa fundada por Wander Oliveira, que administrou a carreira da artista.

Como os direitos pelas produções da cantora estão divididos, o empresário contou que precisa de um consenso entre as partes para que qualquer lançamento seja realizado.

Ele cita o exemplo do dueto entre Marília e Cristiano Araújo, que morreu em 2015. A divulgação de "De Quem É a Culpa?" foi feita no início deste ano, e embora o empresário não concordasse, decidiu autorizar, por se tratar de um desejo da família da cantora.

Wander Oliveira detalha que entre os lançamentos futuros, existe um catálogo de músicas lançadas em vida, como os registros de lives feitas durante a pandemia de Covid-19 e outras gravações inéditas.

O empresário conta que músicas registradas na live Serenata, de maio de 2021, serviram para o disco "Decretos Reais", lançado pós-morte da cantora. A música "Leão", lançada em dezembro de 2022 é uma das faixas do disco.

Wander afirmou que grande parte do material inédito foi produzido de forma caseira pela cantora, pois Marília costumava gravar rascunhos de músicas pelo celular. Parte dessas gravações estão em dispostivos de parceiros de composição, do produtor musical Eduardo Pepato, que trabalhava com a cantora, e em um pen drive que tornou-se objeto de discursos entre os responsáveis pelo acervo da cantora.

Todo o acervo foi compilado por Juliano Soares, conhecido como Tchula, melhor amigo e principal parceiro de composição da carreira da artista. Ao todo, entre 100 e 110 arquivos foram reunidos em composições, gravações e voz e violão.

O empresário relatou que acredita que todos os direitos das músicas deveriam ser do filho da cantora, Léo, de 5 anos. Ele afirmou que doou sua parte sobre os direitos dos arquivos para que Léo passe a gerir quando completar 18 anos.

"Para mim, o pen drive pertence ao Léo. Eu gostaria que, no momento em que ele tivesse entendimento, fosse entregue para ele, para fazer o que quiser. Isso é a história da mãe dele.", disse Wander.

Wander Oliveira ainda alegou que após ceder os direitos ao filho de Marília, ficou sabendo que o advogado da família, Robson Cunha, negociou o pen drive com a Som Livre. Robson por sua vez alegou que os direitos já pertenciam ao Som Livre, devido a um contrato assinado em 2019, e apontou, inclusive, que o empresário de Marília também incluiu os arquivos do pen drive após negociações sobre os direitos.

Wander afirmou que negocia para que o contrato de cessão, assinado em 2019 com a Som Livre, seja convertido em um contrato de licenciamento, onde ao invés de conceder os direitos das obras da artista a gravadora de forma definitiva, tornaria a gravadora responsável pelos arquivos de maneira temporária.

Em relação à possibilidade do lançamento das músicas, Robson Cunha disse que caberá a Murilo, como responsável por Léo, assinar os contratos. Só após a assinatura dos contratos, deverá haver novos lançamentos, segundo o advogado.

A Som Livre, por sua vez, afirmou, por meio de nota que é a responsável por qualquer lançamento futuro da artista, e que os lançamentos futuros continuarão sendo feitos conforme a família da artista, em homenagem e respeito ao legado deixado por ela.

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