Marine Le Pen se torna inelegível após justiça francesa identificar participação em esquema fraudulento
Líder da ultradireita francesa foi considerada culpada por desviar recursos do Parlamento Europeu para pagar funcionários de seu partido

Foto: Reprodução/Redes Sociais
A líder da ultradireita francesa, Marine Le Pen, se tornou inelegível para assumir cargos públicos por decisão da Justiça após apresentação de evidências de que a política é culpada por desvio de recursos do Parlamento Europeu na época em que foi eurodeputada.
Com a nova decisão, a parlamentar fica impedida de concorrer à Presidência da França em 2027. Marine Le Pen alegou que a medida tem o intuito de privá-la de ser uma candidata presidencial, e privaria os direitos de cerca de 11 milhões de apoiadores. Ela ainda poderá recorrer à decisão.
Assim como Le Pen, oito outros atuais ou ex-membros de seu partido que também atuaram como eurodeputados foram condenados. Conforme divulgado pelo Tribunal de Paris, o prejuízo estimado das ações do grupo foi de um total de 2,9 milhões de euros ao Parlamento Europeu. O órgão ainda informou que os recursos extraviados eram utilizados para beneficiar o próprio partido da acusada.
Além de solicitar a condição de inelegibilidade da ré, por cinco anos, os promotores ainda propuseram cinco anos de prisão. De acordo com Marine Le Pen, a medida trata-se de um complô para manter o partido fora do poder.
Esquema criminoso
Entre setembro e novembro do ano passado, Marine Le Pen, o partido Reunião Nacional (RN), e outras 24 pessoas foram processadas pela Justiça por utilizaram recursos do Parlamento Europeu para sustentar o salário de funcionários do partido entre 2004 e 2016.
As investigações apontam que o partido desviava cerca de 21 mil euros mensalmente para o pagamento de assistentes parlamentares. Os valores eram investidos de forma parcial ou integral no partido Frente Nacional (FN), que foi renomeado Reunião Nacional (RN), em 2018.
Os promotores do caso ainda afirmaram que, desde 2004, deputados do partido, incluindo Le Pen e o pai Jean-Marie Le Pen, cofundador da legenda, se beneficiavam do esquema criminoso.