Martín Vizcarra deixa governo do Peru após Congresso aprovar impeachment

O presidente do Peru, Martín Vizcarra acatou a decisão do Congresso em processo de impeachment e anunciou que deixaria o Palácio Presidencial. A declaração foi dada ontem (9), durante discurso de despedida na frente da sede do governo, em Lima.  

“Hoje saio do Palácio do Governo, hoje volto para casa, apesar de haver inúmeras recomendações para que possamos agir por meio de ações judiciais para impedir essa decisão”, disse Vizcarra no pátio do Palácio Presidencial, cercado por seus ministros.

O votos para remover o presidente peruano superou os 87 necessário no Congresso. No total, foram 105 votos a favor da destituição. Ele foi denunciado por receber propinas quando era governador em 2014, mas nega as acusações. 

“Saio do Palácio do Governo como entrei há dois anos e oito meses, de cabeça erguida e pronto para enfrentar as investigações que correspondem ao enfrentamento da falsidade das denúncias no âmbito do devido processo”, disse. "Rejeito de forma enfática e categórica essas acusações", disse Vizcarra. "Não recebi suborno algum", acrescentou perante o Congresso.

“Reafirmo ao povo peruano que estou partindo com a consciência limpa e com o dever cumprido ... esperemos que o Peru sempre siga o caminho do bem, esperemos que o futuro seja o melhor para os peruanos e esperançosamente, esperançosamente não em breve vamos averiguar quais são as razões subjacentes à tomada das decisões hoje tomadas no Congresso ”, afirmou.

Com a saída de Vizcarra, o presidente do Congresso, Manuel Merino, assumirá, a partir de hoje (10) o comando do governo até o fim do mandato atual, que termina em julho de 2021.