Mauro Cid Cid transferiu mais de R$ 360 mil para conta nos EUA após atentados do 8 de janeiro, diz coluna
Valor foi enviado para uma conta no BB Americas
Foto: Agência Brasil
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência de Jair Bolsonaro (PL), transferiu R$ 367.374,56 para uma conta nos Estados Unidos em 12 de janeiro deste ano, logo após o atentado às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. O montante foi enviado para uma conta no BB Americas, a filial do Banco do Brasil nos EUA, pertencente a Cid. A transferência foi feita com base em uma taxa de câmbio de cerca de R$ 5,20, resultando em um total de US$ 70.500. A informação foi divulgada na coluna da Mônica Bergano.
A operação consta em um extrato de câmbio do Banco do Brasil, obtido pela coluna. O documento foi enviado à CPI do 8 de janeiro, que requisitou a quebra de sigilo ao Banco Central e à Polícia Federal. Outros registros financeiros de Cid revelam que ele investiu pelo menos R$ 250 mil em renda fixa, como CDB e CDI, em uma conta nacional. O depósito foi feito por ele em 13 de março de 2020, com um saldo zerado anteriormente.
Até 30 de abril desse mesmo ano, após alguns saques, o valor total caiu para R$ 135.500. As retiradas aumentaram nos meses seguintes, levando Cid a maio de 2021 com saldo zerado. Já em junho de 2021, ele retomou os investimentos, acumulando R$ 30 mil.
Esses registros bancários abrangem transações entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de julho deste ano, a pedido da CPI. Isso ocorre enquanto há uma discussão sobre uma nova convocação de Cid para depor perante a comissão.
Cid iniciou um procedimento para enviar dinheiro ao exterior pouco antes de sair do Brasil com Bolsonaro, em dezembro de 2022. Bolsonaro também abriu uma conta no BB Americas em Miami (EUA) antes de sua viagem ao exterior.
O Banco do Brasil informou que não comenta movimentações financeiras de clientes ou ex-clientes. A instituição reforça seus protocolos de monitoramento das atividades financeiras e seu compromisso com as regulamentações bancárias.
O BB Americas também é onde o pai de Cid, o general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, possui conta. O general foi alvo de uma operação da PF que investiga o possível desvio de joias e presentes valiosos oferecidos por autoridades estrangeiras, supostamente envolvendo Bolsonaro.