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Médica é denunciada por violência obstétrica e tem registro profissional suspenso no RJ

Anna Beatriz Herief é defensora do parto humanizado, oferece serviços que podem custar mais de 20 mil reais e questiona a necessidade de cesariana em muitos casos

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Médica é denunciada por violência obstétrica e tem registro profissional suspenso no RJ

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Uma médica obstetra teve o registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, após ter sido denunciada por várias mulheres que alegam ter sofrido violência obstétrica durante o parto conduzido por ela. 

Anna Beatriz Herief, conhecida como Bia Herief, é médica obstetra e influenciadora digital com quase 250 mil seguidores nas redes sociais. No âmbito digital, promove o trabalho como obstetra especializada em parto humanizado e questiona a necessidade de cesariana em muitos casos.

O procedimento com Beatriz pode custar mais de 20 mil reais, incluindo toda a equipe contratada por ela. Grande parte dos clientes da médica obstetra são as próprias seguidoras, que acompanham o trabalho da profissional nas redes sociais.

Parte das seguidoras atendidas pela médica alegaram terem sido vítimas de violência obstétrica, tanto por parte de Beatriz, quanto da própria equipe dela. As informações foram veiculadas pelo programa "Fantástico" da Rede Globo.

Uma das vítimas contou que a médica inseriu uma substância hormonal nela durante o trabalho de parto, sem nem ter informado antes, agindo contra o consentimento da paciente. A vítima ainda alegou que disse para a médica que não aguentava mais as dores e queria fazer uma cesariana, mas Beatriz optou pelos próprios métodos, intensificando as dores na paciente.

Bia Herief negou as acusações e disse que todo o procedimento foi consentido pela mulher em trabalho de parto.

Outras vítimas também alegaram outras práticas violentas da médica, uma delas contou que após horas de trabalho de parto, precisou realizar o parto cesariano, e a equipe da obstetra fez a sutura de forma equivocada, costurando a artéria da paciente na uretra.

Uma terceira vítima alegou que durante o trabalho de parto, a doutora Beatriz utilizou da ferramenta, vácuo extrator, sete vezes, a informação foi confirmada no prontuário. O manual do aparelho e a literatura médica recomendam no máximo três tentativas de uso do vácuo-extrator, ferramenta com ventosa utilizada para segurar o bebê e tentar puxá-lo.

Após finalmente realizar o parto, a equipe médica percebeu que o bebê nasceu morto e precisaram realizar uma manobra para reanimá-lo. O bebê conseguiu sobreviver, mas por conta do nascimento traumático, o futuro do menino, que está com um ano, é incerto.

A doutora também se manifestou sobre essa acusação, e afirmou que não utilizou o equipamento sete vezes, mas sim as três ou quatro vezes que são recomendadas.

Em outra denúncia, a vítima afirma que a profissional a induziu a mentir para equipe hospitalar, de forma que quando ela desse entrada, o hospital não a encaminhasse para a UTI.

A vítima contou que é hipertensa e Beatriz ordenou que ela não contasse que a pressão arterial havia ultrapassado 160/110 mmHg, o que já é considerada hipertensão severa. Com isso, a vítima deu entrada no hospital como uma paciente em quadro estável e durante o trabalho de parto o bebê acabou morrendo.

A doutora Beatriz mais uma vez negou as acusações, mas a vítima apresentou as mensagens a equipe de reportagem do Fantástico.

Anna Beatriz Herief foi suspensa pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro por seis meses, no ano passado. A punição foi renovada na última terça-feira (15) por mais seis meses, enquanto o processo de cassação do registro continua.

A Federação Nacional das Associações de Ginecologia e Obstetrícia enfatiza que o parto normal é o mais seguro e o mais recomendado na grande maioria dos casos.

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