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Medicamento a base de maconha chega nas farmácias brasileiras

Fabricado pela USP, remédio só poderá ser vendido com receita

Por Da Redação
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Medicamento a base de maconha chega nas farmácias brasileiras

Foto: Reprodução/G1

Depois de 35 anos de pesquisas e testes, o primeiro medicamento brasileiro feito à base de canabidiol, derivado da planta da maconha, chegou às prateleiras das farmácias no Brasil. O remédio foi desenvolvido por cientistas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto (SP) em parceira com uma indústria farmacêutica do Paraná. O produto foi liberado para comercialização pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no final de abril e os primeiros lotes foram entregues ao mercado nesse mês.

A venda é condicionada à apresentação de receituário médico tipo B (azul), de numeração controlada, como dos antidepressivos e outros medicamentos que atuam sobre o sistema nervoso central. O pesquisador José Alexandre Crippa, da USP de Ribeirão Preto, explica que o remédio é autorizado para uso em crianças e adolescentes com quadros graves de epilepsia em que outros medicamentos não surtiram efeito. A disponibilização do remédio vai facilitar a compra de quem precisa do extrato para tratar a epilepsia refratária.

"Processos de importação tem custos elevados e isso permite que as pessoas tenham acesso, passando por cima da burocracia que atualmente existe para importação de uma medicação dessa, que acabava atrapalhando muito ou dificultando o acesso das pessoas a essa substância. Já vimos em um dos estudos, a redução no número de crises e uma melhora na qualidade de vida dessas pessoas com quadros refratários de epilepsia", explica.

Além do rígido controle de venda do canabidiol, o preço do medicamento nas farmácias também é alto. Uma caixa com 30 ml é vendido por R$ 2,3 mil. Segundo o presidente do laboratório que produz o remédio, Eder Mafissioni, o motivo é o fato de todos os insumos serem importados, já que no Brasil é proibido plantar Cannabis sativa, a planta da maconha.

"Existem as plantações ao redor do mundo e nós desenvolvemos um fornecedor, que é europeu, onde faz a extração do extrato da planta e a purificação do produto para que se obtenha um canabidiol puro. É extremamente complexo para uma matéria-prima pura, extremamente lento, o que acaba encarecendo o processo de purificação e o valor do produto", diz.

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