Megaoperação é realizada contra facção que participou de morte de agente federal em Salvador

Policiais federais, militares e civis realizam, na manhã desta quarta-feira (29), uma megaoperação contra membros da facção criminosa envolvida diretamente na morte do agente federal Lucas Caribé, morto durante uma operação no dia 15 de setembro, no bairro da Valéria.

Denominada "Operação Temporal", o objetivo da ação é cumprir 12 mandados de busca e apreensão e oito de prisão. Participam dela agentes das Polícias Civil (DHPP e CORE), Militar (BOPE, CHOQUE, BPatamo, Cipe Polo Industrial e Rondesp Atlântico) e Federal (COT, CAOP E GPI), além da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/BA).

Segundo investigações, a ordem para a invasão do bairro de Valéria que resultou no confronto, no dia 15 de setembro, partiu de uma liderança da facção que está presa há mais de um ano. Também foi descoberto que 50 criminosos participaram da ação naquele dia.

A Polícia Federal informou que os investigados responderão pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa. As penas somadas podem chegar a 38 anos de reclusão.

Relembre o crime

O policial federal Lucas Caribé Monteiro foi morto enquanto realizava uma operação no bairro de Valéria. Ele era lotado no Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da Bahia, depois de iniciar a carreira na Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas (Delepat), no Pará. Ele também atuou na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE/PA) e a Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia, sendo lotado, inicialmente, no Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom).

Lucas tinha 42 anos, era casado e não teve filhos. Filho de médica, ele é soteropolitano e estudou no colégio Antônio Vieira, em Salvador.

Violência na Bahia

Após esse episódio, diversas incursões foram realizadas pelas polícias na capital e interior do estado. Somente no mês de setembro, ao menos 82 pessoas foram mortas em confronto entre facções criminosas e a polícia.

As mortes em enfrentamentos com a polícia corresponderam a mais da metade dos óbitos por arma de fogo no mês de setembro no estado, 137 ao todo. O número é o mais elevado nos últimos 15 meses.