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Mensagens indicam que membros da PRF discutiram legalidade de autuações em operação no segundo turno das eleições

PF destacou parte do diálogo que menciona a abordagem de "transportes de passageiros que saem de São Paulo e vão para o Nordeste"

Por Da Redação
Ás

Mensagens indicam que membros da PRF discutiram legalidade de autuações em operação no segundo turno das eleições

Foto: Divulgação/ PRF

Uma análise de mensagens trocadas entre um coordenador e um diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sugere que foi debatido o embasamento legal para as autuações durante a operação no segundo turno das eleições de 2022. Esse diálogo foi apresentado no ofício da Polícia Federal (PF) relacionado à ação que levou à detenção do ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques.

A conversa em formato de áudio, citada pela PF, ocorreu entre Luís Carlos Reischak, então diretor de Inteligência da PRF, e Adiel Pereira Alcântara, na época coordenador de análise de Inteligência da instituição, no dia 19 de outubro de 2022.

Na troca de mensagens, Reischak enfatizou que a operação seria realizada somente no dia da votação, domingo, e a descreveu como uma "operação de segurança viária". A PF destacou uma parte do diálogo que menciona a abordagem de "transportes de passageiros que saem de São Paulo e vão para o Nordeste".

Alcântara mencionou a autorização do ministro Luís Roberto Barroso para o transporte gratuito de eleitores no dia da votação. Ele comentou que isso deveria ser considerado pela equipe de fiscalização, pois seria complicado caracterizar o transporte clandestino de eleitores.

A investigação sobre possíveis interferências nas eleições foi iniciada após o depoimento de Clebson Vieira, um ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Clebson revelou que, após o primeiro turno das eleições de 2022, Marília Alencar, então diretora de inteligência do Ministério, pediu que ele fizesse várias análises estatísticas, incluindo um levantamento de municípios com votação acima de 75% para um dos candidatos presidenciais - Lula (PT) ou Bolsonaro (PL).

Segundo o antigo analista de inteligência, ele percebeu que a PRF realizou operações no segundo turno, em 30 de outubro de 2022, com base em seu levantamento, com abordagens em "municípios ou próximos a municípios onde o então candidato LULA teve mais de 75% dos votos".

A PF destacou que também ouviu Marília Alencar, que confirmou o pedido, mas alegou que os dados seriam cruzados com os partidos dos prefeitos das respectivas cidades, para buscar evidências de compra de votos. Alencar ainda afirmou que apresentou a planilha ao então ministro da Justiça, Anderson Torres, em uma reunião.

No depoimento à PF, Anderson Torres afirmou que não compartilhou a planilha com a PRF e acredita que ela não foi disseminada nem mesmo pelos canais de inteligência.

Segundo Torres, Silvinei Vasques teria lhe dito que "a ação foi praticamente a mesma do primeiro turno, sem qualquer direcionamento específico".

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