Mercado eleva projeções de juros e inflação para este ano após aumento de risco fiscal
As taxas cresceram depois da afirmação do governo de que pretende pagar o Auxílio Brasil fora do teto de gastos
Foto: Energepic.com/ Pexels
Com o aceno do governo de que pode pagar o Auxílio Brasil - substituto do Bolsa Família - fora do teto de gastos, o mercado aumentou, mais uma vez, suas projeções para dados e juros neste ano e em 2022. As novas expectativas estão no relatório Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (25).
Com informações coletadas até a última sexta-feira (22), o documento aponta para a projeção de 8,96% de inflação no final deste ano. Na semana passada a expectativa era de 8,69%.
Já para a Selic, taxa básica de juros, a projeção é de 8,75%, um aumento na expectativa que estava em 8,25% há quatro semanas.
Para o próximo ano, 2022, a projeção da taxa inflacionária é de 4,40% ante 4,18% na semana passada. A Selic ficou em 8,5%, na semana passada a expectativa era de 8,75%.
O relatório também apontou que espera que o mercado já aguarda uma alta maior nas taxas após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana.
De acordo com o mercado, a decisão de pagar parte do Auxílio Brasil fora do teto de gastos aumenta o risco fiscal, traz insegurança para o país e influencia diretamente no dólar, que também teve sua projeção elevada. A nova expectativa de cotação para a moeda é de R$ 5,45 para este ano e o próximo.
O dólar mais alto aumenta também a inflação. Como consequência, o Banco Central eleva as taxas de juros. Isso afeta diretamente a atividade econômica do país porque juros mais altos restringem o crédito.
A partir dessas expectativas, a previsão para o crescimento econômico do país para 2021 e 2022 também caiu. Segundo o relatório, a projeção de crescimento está em 4,97% para este ano. E para 2022, os números saíram de 1,5% na semana anterior, para 1,4% nesta semana.