Economia

Mercado mantém estimativa da inflação e do PIB para 2023

BC prevê IPCA de 4,86% e crescimento de 2,92%

Por Da Redação, Agência Brasil
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Mercado mantém estimativa da inflação e do PIB para 2023

Foto: Agência Brasil/Marcello Casal

No mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (2), os economistas mantiveram as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ao final deste ano em 2,92%. A projeção para o crescimento econômico em 2024 também foi mantida em 1,50%, assim como as estimativas para 2025 (1,90%) e 2026 (2%).

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o final de 2023 foi mantida em 4,86%, enquanto a projeção para 2024 aumentou ligeiramente para 3,87%. As previsões para 2025 e 2026 permaneceram em 3,50%.

As estimativas para a taxa de juros permaneceram inalteradas pela oitava semana consecutiva, com projeções de 11,75% para 2023 e 9% para 2024. Para 2025 e 2026, a previsão é de 8,5%. Quanto ao câmbio, a estimativa para o dólar no final de 2023 permanece em R$ 4,95, enquanto para 2024 houve um leve aumento, passando para R$ 5,02.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida em 12,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela segunda vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas. 

Ainda assim, em ata divulgada na terça-feira (26), o Copom reforçou a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista para que se consolide a convergência da inflação para a meta em 2024 e 2025 e a ancoragem das expectativas. As incertezas nos mercados e as expectativas de inflação acima da meta preocupam o BC e são fatores que impactam a decisão sobre a taxa básica de juros. 

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. 

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021. 

Demanda

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos. 

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. 

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. 

Por fim, a previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,95 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,02.

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