Mergulho em águas rasas: ortopedista alerta sobre os riscos!
Aos detalhes...
Foto: Divulgação
Casos de pessoas que sofrem grave lesão na medula após mergulhar em águas rasas são mais comuns do que se imagina, principalmente, durante o verão e períodos de férias, quando a incidência desses acidentes aumenta. Segundo o DataSus, hospitais da rede pública realizaram 7.234 tratamentos de traumatismo raquimedular e de fratura na coluna com lesão na medula espinhal entre dezembro de 2022 e novembro de 2023. Além disso, o Ministério da Saúde relata 31.094 atendimentos ambulatoriais por lesão medular de janeiro a novembro do ano passado. Esses acidentes só ficam atrás dos de trânsito e, conforme dados da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), 90% das vítimas têm entre 10 e 25 anos.
“Os mergulhos em águas rasas podem causar grave lesão medular quando a pessoa bate a cabeça ao pular. O trauma ocorre porque esse impacto comprime a coluna, o que causa a lesão, podendo ter diferentes níveis, inclusive, causar tetraplegia ou até mesmo levar à morte”, explica o ortopedista especialista em coluna e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), Djalma Amorim Jr.
Muitas vezes, o tempo até a identificação do acidente é decisivo. No entanto, pessoas ao redor podem demorar a perceber a gravidade da situação, pois não associam o mergulho a uma possível lesão na coluna. Isso aumenta o risco de afogamento para a vítima, que fica sem movimentos logo após o impacto.
Atuando no Hospital Geral do Estado (HGE), onde integra o Serviço de Trauma Raquimedular (TRM), Dr. Djalma se depara frequentemente com esses casos e conhece de perto o impacto que essas lesões têm não só na vida dos pacientes, mas também na de suas famílias. “Após o tratamento cirúrgico realizado no HGE, o paciente com lesão medular necessita de suporte contínuo e especializado em reabilitação neuromotora. Esse tipo de atendimento é essencial para proporcionar maior qualidade de vida e adaptação às limitações, e, na Bahia, a Rede Sarah é uma referência para pacientes com lesão medular”, pontua o médico.
QUAIS OS CUIDADOS VOCÊ DEVE TER AO MERGULHAR?
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Não mergulhe em águas turvas ou desconhecidas;
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Não mergulhe após ingerir bebida alcoólica ou outras substâncias que atrapalhem os reflexos;
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Evite empurrar os amigos para dentro da água;
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No mar, não se atire de cabeça;
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Assegure-se de que não existem obstáculos no local onde vai mergulhar, como rochas ou bancos de areia;
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Na piscina, escolha o local em que vai mergulhar de acordo com as indicações de profundidade do local, respeitando sempre a sinalização;
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Mergulhe com os braços estendidos e mãos à frente, de modo a proteger a cabeça.
E atenção: deve-se ter muito cuidado ao querer ajudar uma pessoa que sofreu lesão na coluna. “Uma manipulação realizada de forma incorreta pode piorar o quadro. Deve-se retirar a vítima da água para impedir o afogamento, mas é preferível evitar transportar o paciente, pois a movimentação incorreta pode piorar a situação”, alerta Djalma Amorim Jr..
Tenha cuidado: a lesão na medula afeta os movimentos e a sensibilidade dos membros, podendo levar a um final trágico. Prevenir é o melhor remédio! O ortopedista especialista em coluna, Djalma Amorim Jr. atende no Centro Médico Hospital Aliança, Itaigara Memorial, Clínica CICV e Hospital Português.