Mês das mães alerta para importância dos bancos de leite humano
Projeto ‘Bombeiro Amigo do Peito’ incentiva doação na capital baiana
Foto: Agência Saúde/Divulgação
Além de abrigar a comemoração do Dia das Mães, o mês de maio é reservado para fomentar a importância do aleitamento materno. Embora a produção de leite seja natural em muitas mulheres durante a gestação, é comum que algumas mães não produzam o alimento ou fiquem impossibilitadas de amamentar por diversos motivos. Nesses casos, as doações de leite humano tem, sobretudo, a finalidade de incentivar e manter a lactação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês recebam o leite materno exclusivamente durante os primeiros 6 meses de vida e de forma complementar até os 2 anos de idade. Por isso, é importante iniciar o aleitamento exclusivo logo após o parto. Além de nutrir a criança, o líquido gerado pela mãe auxilia no desenvolvimento, fortalece o vínculo materno e previne doenças infecciosas.
O Brasil possui a maior Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH) do mundo, segundo a OMS, com aproximadamente 160 mil litros distribuídos todos os anos. Atualmente, o país conta com mais de 225 Bancos de Leite Humano espalhados em todos os estados do território nacional. Na Bahia, a Maternidade Climério de Oliveira, em Salvador, abriga o Banco de Leite Humano (BLH), que está precisando de doações. Para ajudar na arrecadação, o projeto ‘Bombeiro Amigo do Peito' tem uma parceria com a maternidade e realiza coletas de leite materno em lares de mães doadoras.
Por meio da iniciativa comandada pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA), todo o leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade antes de ser oferecido a bebês prematuros ou com mães impossibilitadas de amamentar. Em entrevista ao Farol da Bahia, a subtenente Souto, coordenadora do projeto Bombeiro Amigo do Peito, afirmou que a ação social visa incentivar o aleitamento materno.
“Nós realizamos coletas de leite domiciliar em Salvador e Lauro de Freitas. O projeto tem o objetivo de garantir o acesso ao leite humano, através da coleta em lares de mães doadoras. Encaminhamos as doações para os bancos de leite, proporcionando segurança alimentar e nutricional para os prematuros que encontram-se internados nas maternidades conveniadas. Somente no ano passado, nós realizamos 1332 visitas, com cerca de 924 mães doadoras. No total, foram beneficiados com as doações 737 recém-nascidos em 2021”, explicou a subtenente.
A quantidade de leite coletado varia mensalmente. Mas, de acordo com a coordenadora do projeto, todas as segundas, terças e quintas-feiras os bombeiros militares vão até as residências das lactantes voluntárias para recolhimento dos kits com o leite materno e entregam novos kits para as próximas coletas.
“No mês de março, por exemplo, nós conseguimos arrecadar cerca de 60 litros de leite. No entanto, a quantidade varia. Todo leite coletado é transportado até a Maternidade Climério de Oliveira e o Iperba [Instituto de Perinatologia da Bahia], que são as unidades parceiras do nosso projeto”, concluiu a subtenente Souto.
Foto: Elói Corrêa/GOVBA
Funcionária da Maternidade Climério de Oliveira, a nutricionista Daniela Soares disse ao Farol da Bahia que o projeto realizado pelos bombeiros é extremamente necessário para o banco de leite da instituição. Além disso, ela reforçou a importância da doação.
“Sem o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiro, a gente não consegue visitar os domicílios e recolher o leite das doadoras. É necessário que as mães que produzem leite em excesso façam doações porque existem algumas mulheres que não podem amamentar seus bebês. Então, a doação possibilita que bebês internados recebam esse alimento que é muito importante”, disse a nutricionista, que completou dizendo que o estoque da maternidade sempre está baixo.
Foto:Elói Corrêa/GOVBA
Gesto de amor
Voluntária do Bombeiro Amigo do Peito, a enfermeira Liliane Oliveira de Santana, de 30 anos, disse ao Farol da Bahia que doar leite materno é um “gesto de amor ao próximo”. Mãe de uma menina, ela incentivou outras mães, que produzem leite em excesso, a se voluntariar.
“Descobri o projeto entrando em contato com algumas unidades hospitalares para ofertar a minha doação de leite materno. Tenho uma superprodução que supre a necessidade da minha filha e, com a doação, sei que posso ajudar outras crianças que não podem receber o leite materno da sua genitora. Doar é um gesto de amor. Se eu tenho excesso, por que não ajudar o próximo?”, afirmou a voluntária.
“Temos que ser humanizados, devemos sempre sermos solidários. Doou sempre, todas as terças os bombeiros passam para pegar as doações. Mamães, doe leite materno. Supram a necessidade de outros bebês que, por diversos motivos, não podem ter o aleitamento materno exclusivo. Sua doação fará muita diferença na vida de um receptor. Tornem-se doadoras de uma vida nutrida”, concluiu.
Para doar
Veja abaixo as unidades disponíveis para doação:
-Hospital Geral Roberto Santos – (71) 3117.7851/ (71) 98225.5493
-Maternidade Climério de Oliveira – (71) 3283.9264
-IPERBA – (71) 3103.9304
-Maternidade de Referência Professor José Maria de Magalhães Netto – (71) 3111.9350
-Posto de Coleta de Leite Humano (PCLH) na Maternidade Tsylla Balbino – (71) 3116.2086
-Feira de Santana: Hospital Estadual da Criança (75) 3602.0630
-Hospital Municipal Inácia Pinto dos Santos – (75) 3602.7156
-Hospital Manoel Novaes (Itabuna) – (73) 3214.4346
-Hospital Municipal Esaú Matos (Vitória da Conquista)– (77) 3420.6237