'Mesmo com a vacina contra a Covid-19, a doença vai continuar existindo', diz especialista
Se grande parcela da população for infectada, a cadeia de transmissão pode enfraquecer
Foto: Reprodução
"Mesmo com a chegada da vacina contra a Covid-19, a doença vai continuar existindo e atingindo algumas pessoas", é o que afirmou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, que ainda disse que a doença será como a febre amarela, malária e a gripe.
"Ainda haverá casos de covid-19 acontecendo, mas não como uma grande epidemia. Haverá vacina, não sei se para todos, mas para os grupos de risco. A doença deixará de ser epidêmica para ser endêmica e as medidas de precaução serão relaxadas em função disso. Esse é o cenário", disse.
Dr. Kfouri ainda explicou que a alta circulação do vírus termina quando uma parte da população é infectada ou imunizada por meio da vacina. Dessa forma, não há pessoas suficientes para manter as transmissões. Ele disse que, para o H1N1, cerca de 44% da população infectada foi suficiente para interromper a epidemia desse vírus no país em 2009.
O especialista também acredita que assim como todo vírus respiratório, o novo coronavírus vai ter uma sazonalidade. "Então haverá mais casos no inverno, na região Norte primeiro, como ocorre com o vírus da gripe, e a gente vai conviver com ele como uma doença com potencial de gravidade, com mil ou 2 mil casos por ano, por exemplo, já que vai ser endêmico", disse.
Na opinião dele, as medidas de segurança exigidas durante a pandemia pelas autoridades sanitárias serão relaxadas quando a doença ser endêmica. "Ninguém vai ficar usando máscara a vida inteira. Quando o risco de contrair o vírus diminui, essas medidas não farmacológicas vão relaxando. São medidas muito duras que não se mantêm por período prolongado, pois ninguém aguenta", argumentou.