Meta do Fundo de Florestas é 25 bi, diz Marina Silva; iniciativa já conta com US$ 6 bi
Ministra explica que arquitetura do Funof alavanca US$ 4 privados a cada US$ 1 público

Foto: José Cruz/Agência Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (7) que o fundo "Florestas Tropicais para Sempre", lançado pelo Brasil, já está funcionando antes da COP 30 e já conta com um aporte de cerca de US$ 6 bilhões. A meta, segundo a ministra, é alcançar US$ 25 bilhões.
"O Fundo Floresta Tropical para Sempre nasce como uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente. O nosso objetivo no começo era que o fundo estivesse operacional na COP30; ele já está operacional e nós já conseguimos ter os primeiros aportes, é algo em torno de US$ 6 bilhões. [...] Nós queremos alcançar no decorrer dessa jornada algo em torno de US$ 25 bilhões", disse.
Marina destacou em entrevista à Globo News que a estrutura do fundo foi criada pelo Ministério da Fazenda e Banco Mundial e não funciona como doação, mas como um investimento retornável para os países e investidores privados. Para os países que possuem florestas, o dinheiro será um pagamento pelos serviços ecossistêmicos prestados", ou seja, não precisará ser devolvido.
A ministra explicou que o mecanismo foi desenhado para atender a uma antiga demanda dos países desenvolvidos, provando que é possível usar dinheiro público para atrair capital privado em larga escala.
"Sempre os países desenvolvidos diziam que não bastava recurso público, que nós tínhamos que criar mecanismos que fossem alavancas de recursos privados", disse Marina. "O Brasil criou uma arquitetura que [...] para cada um dólar desses recursos que vêm de fundos soberanos [...] nós vamos alavancar pelo menos quatro dólares para pagar por floresta protegida."
A ministra disse na entrevista que cerca de 50 países já aderiram e detêm 90% das florestas tropicais. Marina disse que o Reino Unido integra o fundo e atua desde o início, inclusive com a arquitetura do plano.
Na terça-feira (4), a ministra participou do lançamento da coalizão multilateral contra crimes ambientais. No evento, Marina reforçou o compromisso do Brasil com desmatamento zero até 2030, citando queda do desmatamento na Amazônia e no Cerrado em 2025.


