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Bahia

Metrópoles em emergência: caos na mobilidade urbana de Salvador durante a pandemia

Ônibus registram queda de 70% do número de passageiros, mas ainda assim apresenta aglomerações em horários de pico

Por Rafaela Araújo
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Metrópoles em emergência: caos na mobilidade urbana de Salvador durante a pandemia

Foto: Passageiros reclamam de ônibus muito cheios durante horários de pico I Foto: Rafaela Araújo

Há pouco mais de 100 dias, o Brasil virou mais um alvo da pandemia mundial do novo coronavírus. Nessa caminhada, onde o país já se tornou o segundo com mais casos da infecção no mundo (mais de 2 milhões de casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde), a rotina dos brasileiros, assim como a do restante da população global, passou por inúmeras transformações.

O simples ato de caminhar nas ruas livremente, ir ao trabalho, comprar pão na esquina foram substituídos por um cenário de filme de terror, onde até as maiores avenidas do planeta foram invadidas por um completo vazio. Essa alteração no cotidiano, também mudou a vida de como as pessoas trabalham e se locomovem pelas cidades, que foram entupidas de regras de segurança.

Apesar de tudo ter "parado", o planeta continua a girar e os dias a passar, e por causa desse cenário muitos cidadãos tiveram que se readaptar e inovar no meio dessa situação para continuar gerando sustento para si, ou para uma família inteira.

De acordo com a a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), só na Bahia já são mais de 106 mil casos confirmados, sendo que 40% desse número está concentrado na capital do estado, Salvador. Apesar de se encontrar em restrições de isolamento social, várias empresas e estabelecimentos, que são consideradas como serviços essenciais, estão funcionando em ambiente físico na cidade, consequentemente, fazendo com que muitas pessoas precisam sair de casa para ir trabalhar.

O problema é a locomoção dessas pessoas pelas ruas da cidade, que apesar de estarem utilizando máscaras, acabam tendo contato direto com outros cidadãos nos transportes públicos. A situação dos coletivos da cidade são uma das mais preocupantes, devido aos pontos de ônibus cheios em alguns horários do dia.

Para a estudante de comunicação, Juliana Carvalho, que faz estágio em uma clínica na cidade de Salvador não é somente a falta de regularização que incomoda no trajeto, mas a educação doméstica das próprias pessoas.

“Muitas pessoas não respeitam o limite mínimo de distanciamento, mesmo com o transporte vazio e ainda que entrem de máscara, tiram ou deixam ela fora do nariz e boca durante o trajeto”

Segundo a estudante, os horários de pico que ocorrem entre o final da tarde e início da noite são os horários que mais ocorrem aglomerações. “Procuro evitar e circular nos horários menos convencionais. Além disso, separei uma bolsa para usar todos os dias, que fica do lado de fora do meu apartamento, já que os materiais que uso diariamente no trabalho não trago para casa”.

Além de Juliana, outros sete entrevistados alegaram o mesmo problema: aglomeração de pessoas no horário de pico. "parece piada, mas infelizmente sim, especialmente nos horários de pico (que acontecem as aglomerações)", disse Walter Silva que trabalha como Operador de Loja.  No início da pandemia, alguns passageiros registram aglomerações nos coletivos após redução de 50% da frota no dia 31 de março.

Dados sobre a circulação de ônibus coletivos na capital baiana I Infográfico: Stefanie Cabanelas

A categoria fez um apelo para que que as empresas aumentem as medidas de proteção para os funcionários, principalmente após um de seus colegas vir a óbito após contrair Covid-19. Márcio Santana morreu aos 47 anos, após ser diagnosticado com o vírus em maio. Ele era cobrador de ônibus, e não sabia que estava com a doença até quando apresentou insuficiência respiratória durante seu turno de trabalho e foi socorrido por outro rodoviário.

Os pedidos geraram resultados, já que houve a instalação de barreiras de acrílico para motoristas e cobradores dentro dos coletivos e em junho o Sindicato dos Rodoviários da Bahia (Sttroba) chegou a realizar testes do novo Coronavírus na Estação Mussurunga nos trabalhadores rodoviários.

Mesmo com a preocupação dos trabalhadores, a Secretária Municipal de Mobilidade (Semob) afirma que os ônibus estão sendo lavados noite e dia, quando os veículos chegam às garagens e durante as trocas de motoristas nas estações. Segundo o órgão, o mesmo já teria distribuído mais de 30 mil máscaras aos usuários de transportes de Salvador, assim como, fiscalizam diariamente o uso do acessório por passageiros e operadores.


Rodoviário fazendo o teste rápido para Covid-19 I Foto: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Rodoviários da Bahia

Apesar dos coletivos ser uma das maneiras mais populares de se locomover por Salvador, existem outros transportes que estão sendo usados com muita frequência durante a pandemia. Confira a reportagem em vídeo abaixo: 

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