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Milícia da Gardênia Azul, que atua em região cobiçada por Ronnie Lessa, fatura R$ 1,4 milhão por mês

Ex-Policial Militar afirmou que fazia planos de invadir um terreno vizinho ao Shopping Uptwon para explorar ilegalmente a região

Por Da Redação
Ás

Milícia da Gardênia Azul, que atua em região cobiçada por Ronnie Lessa, fatura R$ 1,4 milhão por mês

Foto: Polícia Federal

Um grupo de milicianos atuava fortemente na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio e faturava em média por ano cerca de R$ 1,4 milhão (R$ 120 mil por mês) com a exploração de venda de água, transporte clandestino e transmissão ilegal de TV a cabo, além da cobrança de taxas de segurança.

De acordo com a polícia, o montante arrecadado criminalmente, dá uma dimensão geral do lucro da quadrilha. Assim, o controle desse faturamento da região que o ex-policial militar Ronnie Lessa estava quando aceitou a empreitada criminosa para matar a vereadora Marielle Franco.

Na delação, o criminoso contou que queria deixar de atuar em Rio das Pedras, região controlada pelo miliciano Adriano da Nóbrega, para ter os próprios domínios. Segundo o relatório Federal, sete meses após o crime, Ronnie Lessa fazia planos de invadir um terreno vizinho ao shopping Uptown, próximo à Gardênia Azul, e prometeu remunerar o comparsa Élcio de Queiroz com lotes na região. No terreno de grandes dimensões, ele calculava que o maior retorno viria da exploração de serviços, como gatonet, após a construção de moradias.

Durante o relatório, Lessa comentou. "As dimensões das terras, se tratava de uma empreitada milionária. Contudo, asseverou que o maior atrativo da iniciativa residia na exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de “gatonet”, gás, transporte alternativo, dentre outros, pelos quais o colaborador e seu comparsa seriam os responsáveis", diz trecho do relatório.

Conforme as avaliações da PF, o terreno pertencia a uma empresa liquidada em 2008. Procurado, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) alega que a fiscalização na área é responsabilidade da prefeitura do Rio — que, por sua vez, informa que está levantando informações sobre o terreno.

A Grilagem na Zona Oeste

A grilagem de terras é prática antiga da milícia do Rio, principalmente na Zona Oeste, onde os grupos criminosos se expandiram. Em 2021 foram feitas 110 denúncias sobre construção irregular em cinco bairros: Recreio dos Bandeirantes, Barra, Vargem Grande, Vargem Pequena e Praça Seca. No mesmo período, 3,3 mil demolições foram feitas pela secretaria de Ordem Pública em operações conjuntas com o Ministério Público do Rio. Dessas, 70% foram em áreas de atuação do crime organizado.

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