Milícia digital se reorganiza e tenta ganhar aderência da comunidade internacional, diz PF
Delegado aponta o objetivo de impulsionar o extremismo do discurso de polarização e antagonismo aos poderes constituídos
Foto: Reprodução/Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Foi avaliado pela Polícia Federal (PF), que investigados no inquérito das milícias digitais estão se reorganizando, após terem os perfis bloqueados nas redes sociais. O alerta foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Fábio Alvarez Shor, delegado, afirmou que o grupo montou estrutura fora do Brasil, para escapar de novos reveses na Justiça, e está tentando “obter a aderência de parcela da comunidade internacional com afinidade ideológica”, com o objetivo de impulsionar o extremismo do discurso de polarização e antagonismo aos poderes constituídos.
As informações são de um relatório enviado ao STF na investigação que se debruça sobre as ameaças da empresa Elon Musk, dono da rede social X, de reativar perfis bloqueados por ordem judicial.
A plataforma vem permitindo que contas suspensas por determinação do STF façam transmissões ao vivo, segundo a PF.
Os investigadores destacaram impulsionamento de notícias falsas e ataques virtuais coordenados nas redes sociais para manter apoiadores mobilizados, ou seja, campanhas organizadas com alvos pré-determinados.
Foi concluído que a influência dos investigados nas milícias digitais não pode ser considerada “meramente secundária ou coadjuvante” para “induzir ou instigar a prática de infrações penais por terceiros”.