Ministério da Fazenda projeta crescimento de 1,91% para o PIB em 2023
Previsão do governo supera projeção do mercado, porém representa queda em relação ao crescimento de 2022
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O Ministério da Fazenda divulgou nessa segunda-feira (22), sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 1,91% para o ano de 2023. Essa é a segunda previsão do PIB divulgada pela nova equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo que em março havia sido estimada uma alta de 1,61% para este ano.
Apesar do aumento em relação à previsão anterior, a expectativa da Fazenda indica uma desaceleração econômica em comparação com o crescimento de 2,9% registrado em 2022.
A estimativa do governo federal está acima da projeção do mercado financeiro, que prevê um crescimento de 1,2% para este ano, conforme apontado pelo boletim Focus do Banco Central, que coletou informações de mais de 100 bancos na última semana.
Em entrevista com jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumentou que o boletim Focus é cauteloso e ressaltou a importância de considerar outras projeções, citando as estimativas do Bradesco, que já estão em 1,8%, e do Itaú, que alcançam 1,4%. Haddad destacou que há diversas análises sendo feitas além da pesquisa do BC.
Em março deste ano, o Banco Central também estimou um crescimento de 1,2% para a economia brasileira em 2023.
Além da projeção do PIB, o Ministério da Fazenda estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 atingirá 5,58%. Em março, a previsão do governo era de que a inflação seria de 5,31% neste ano.
Vale ressaltar que a meta central de inflação para 2023 foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sendo considerada cumprida formalmente se ficar entre 1,75% e 4,75%.
Se a projeção se confirmar, será o terceiro ano consecutivo em que a meta de inflação é ultrapassada, ou seja, o IPCA fica acima do limite máximo estabelecido pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação alcançou 5,79%.
É importante destacar que o aumento da inflação reduz o poder de compra das pessoas, especialmente daquelas com salários mais baixos, uma vez que os preços dos produtos aumentam sem um correspondente aumento salarial.