Ministra do Superior Tribunal Militar fala de frustração com falta de diversidade em indicações de Lula para o Judiciário: 'não tem entregado o que prometeu'
Para Maria Elizabeth Rocha, o presidente não tem cumprido o que prometeu durante a campanha presidencial
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A ministra Maria Elizabeth Rocha, primeira e única mulher a presidir o Superior Tribunal Militar (STM), afirmou estar frustrada com as escolhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Poder Judiciário, principalmente por não ampliar a representatividade feminina nos tribunais. A declaração foi feita à coluna de Malu Gaspar, no jornal O GLOBO.
Para Elizabeth Rocha, o presidente "não está cumprindo promessas". "É extremamente frustrante, triste e decepcionante, porque o presidente Lula não tem entregado a nós, mulheres, aquilo que ele prometeu. E isso está sendo fruto de muita decepção entre a magistratura feminina", declarou Rocha. A ministra ressaltou que as mulheres no Judiciário enfrentam um grande desafio de representatividade. "É uma falsa percepção de que estamos inclusas. O que acontece é que as mulheres e outras minorias continuam marginalizadas em um ambiente predominantemente masculino, branco, heterossexual e de classe média", comentou.
Ainda de acordo com a magistrada, há um sentimento comum entre as ministras sobre o tema. "Vamos ver como será agora com as próximas indicações para o STJ. Tudo que se comenta é que serão homens, mas tomara que ele nos surpreenda", afirmou.
Atualmente, há duas vagas em aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para escolha de Lula, abertas com a aposentadoria de duas mulheres: Laurita Vaz e Assusete Magalhães. Ao todo, três mulheres estão na disputa pelas duas vagas, mas os candidatos apontados como favoritos para o cargo são homens: o desembargador Carlos Pires Brandão (na lista tríplice reservada à Justiça Federal) e Sammy Barbosa (na lista do Ministério Público).