Ministra Rosa Weber começa os preparativos para assumir a presidência do STF
Cargo é ocupado atualmente por Luiz Fux
Foto: Reprodução/ Rosinei Coutinho/SCO/STF
A ministra Rosa Weber começou os preparativos para assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 9 de setembro, que é ocupada atualmente por Luiz Fux. Ela tem se aconselhado com ministros de quem é mais próxima, já definiu os nomes dos ocupantes de alguns dos cargos mais importantes na estrutura do tribunal e deu início ao processo de transição com reuniões periódicas.
A mais discreta dos magistrados da Corte chegará à presidência menos de um mês antes das eleições gerais e, de saída, terá como desafio manter o bom ambiente institucional durante o pleito — a Corte, assim como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é alvo de ataques frequentes do presidente Jair Bolsonaro.
A quatro meses da posse, a futura chefe do Poder Judiciário já definiu que o secretário-geral do STF será Estêvão Waterloo. Ele desempenhou o mesmo papel no TSE quando a magistrada era a presidente daquele tribunal, em 2018. Waterloo vai comandar o setor que atua na elaboração da pauta de julgamentos, na coleta de informações dos gabinetes dos ministros e na distribuição de processos.
Em outra posição cada vez mais estratégica, diante da escalada de ataques à Corte, a Secretaria de Segurança do STF não deverá sofrer mudanças imediatas. A ministra tende a deixar à frente do setor o atual titular, Marcelo Schettini. Ele reforçou a proteção ao tribunal e atuou diante das ameaças nos eventos do 7 de setembro de 2021.
Avessa à imprensa e a redes sociais, Rosa é conhecida por só se manifestar nos autos dos processos. Dois ministros do STF ouvidos reservadamente nutrem pouca expectativa de que haja mudança radical de comportamento da colega. Um deles diz torcer para que a experiência à frente do TSE tenha mostrado à ministra que a presidência exige maior traquejo político e que uma postura fechada pode levar a um isolamento indesejado.
Oriunda da Justiça do Trabalho, Rosa deve levar à pauta de julgamentos temas caros a ela, como ações envolvendo direitos humanos e questões trabalhistas. Aos 73 anos, a ministra deve ser a próxima integrante da Corte a pendurar a toga, ainda durante o exercício da presidência. Pelas regras vigentes, a aposentadoria compulsória dos membros do STF ocorre aos 75 anos, que ela completará em outubro de 2023.