Ministro Barroso diz que atuou de "boa fé" ao convidar Forças Armadas para comissão eleitoral

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta sexta-feira (5) que não se arrependeu de convidar os militares para acompanharem as eleições e que atuou de “boa fé”. A declaração foi feita durante participação no 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo.

"Semana passada as Forças Armadas pediram o acesso ao código-fonte. Está aberto há um ano. Vamos supor que alguém estivesse usando as Forças Armadas para atacar o sistema. A culpa é do TSE que convidou uma entidade de estado que já está nas eleições para verificar? Se alguém, em tese, estiver atuando mal, a culpa é de quem deu espaço de transparência?", contestou.

"Em tese, se estivesse acontecendo isso, seria do TSE? Nunca me arrependi de atuar de boa-fé. Não tenho medo do que as pessoas façam de errado. O certo prevalece. Então, se em tese estivessem agindo integrantes de campanha de alguém, é lamentável. Não estou dizendo que aconteceu. Eu queria deixar claro que a vítima não é tola, sabe conduzir as coisas", completou.

O código-fonte, que será utilizado nas urnas eletrônicas nas eleições de outubro, começou a ser inspecionado na quarta-feira (3) pelo Ministério da Defesa. 

O Ministério da Defesa é uma das entidades fiscalizadoras previstas nas regras internas do TSE e, por isso, já tinha direito a acessar as informações desde o dia 4 de outubro de 2021. A solicitação, no entanto, só foi feita ao tribunal nesta semana – faltando dois meses para o primeiro turno.

Na segunda-feira (2), o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, enviou um ofício classificado como "urgentíssimo" ao TSE com o pedido  que técnicos das Forças Armadas sejam autorizados a acessar os códigos-fonte entre os dias 2 e 12 de agosto.