• Home/
  • Notícias/
  • Brasil/
  • Ministro da CGU se reuniu com seis clientes de seu escritório de advocacia
Brasil

Ministro da CGU se reuniu com seis clientes de seu escritório de advocacia

Carvalho foi presidente do órgão de 2012 a 2016, e seu escritório é especializado em antitruste e não atua na CGU

Por FolhaPress
Ás

Ministro da CGU se reuniu com seis clientes de seu escritório de advocacia

Foto: Reprodução

O ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinicius de Carvalho, recebeu seis clientes do escritório de advocacia no qual é sócio em visitas institucionais à pasta. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha de S.Paulo.

O VMCA, banca fundada pelo ministro em 2017, representa as empresas Gol, Mercado Livre, Meta, Rumo, Vale e Novonor (antiga Odebrecht) no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Carvalho foi presidente do órgão de 2012 a 2016, e seu escritório é especializado em antitruste e não atua na CGU. O ministro se licenciou do VMCA ao assumir o posto, no início do governo Lula (PT).

"Não há qualquer conflito de interesse em visitas institucionais ou em outros compromissos do ministro. Todas as reuniões são devidamente lançadas no Sistema e-Agendas, de acesso público", disse, em nota, a CGU.

As reuniões entre clientes do VMCA e Carvalho aconteceram entre outubro de 2023 e março deste ano.

A agenda pública do ministro informa que a reunião com a Gol serviu para um apresentação institucional, mesma razão apontada para os encontros com representantes da Vale e Rumo.

"A Gol Linhas Aéreas fez uma visita institucional e não houve qualquer discussão sobre processo da companhia na CGU ou em qualquer órgão do Poder Executivo Federal", afirmou a CGU.

"O acordo de leniência da Gol com a CGU foi celebrado em 15 de setembro de 2022 e pago integralmente em 22 de setembro de 2022. A Gol não possui outros processos perante a CGU", acrescentou.

Em relação à Vale, a nota diz que o ministro aproveitou a visita para "mencionar a existência de processo administrativo de responsabilização perante a CGU e para informar sobre seu impedimento". Carvalho se declara impedido em qualquer caso envolvendo clientes do escritório do qual está afastado.

O processo da Vale na CGU, prossegue a nota, "foi decidido em 15 de agosto de 2022 e seu pedido de revisão foi negado pela CGU em 12 de setembro de 2023, após a declaração de impedimento do ministro, sendo mantida a condenação inicial da empresa em sua integralidade".

Sobre a visita da Rumo, a CGU disse que não foram discutidos processos específicos da empresa e que ela não tem casos na pasta.

O Mercado Livre se reuniu duas vezes com Carvalho. Na primeira, houve uma apresentação institucional e, na segunda, o tema foi a possibilidade de uma cooperação técnica com o Ministério da Saúde.

"A empresa não possui processos perante a CGU e não foram discutidos quaisquer processos da empresa em outros órgãos públicos", disse o órgão.

No segundo encontro, a empresa teria perguntado se havia alguma orientação específica dos órgãos de controle para a parceria com o Ministério da Saúde. "A orientação do ministro foi a de que o tema deveria ser tratado diretamente com o Ministério da Saúde e que o próprio ministério poderia acionar a CGU, caso considerasse necessário. O Ministério da Saúde nunca entrou em contato com a CGU para discutir o tema", disse a pasta.

A reunião com a Meta tratou do PL das Fake News, em discussão no Congresso Nacional. Sobre a reunião, a CGU informou que "o Facebook (assim como outras empresas e associações atuantes na área, todas informadas na agenda pública) solicitou audiência com o ministro para compreender o papel da CGU na discussão".

"Em todas essas reuniões, o ministro informou que alternativas de posicionamento do governo sobre o assunto estavam sendo estudadas", acrescentou.

O encontro com a Novonor aconteceu em conjunto com outras cinco empreiteiras, que rediscutem com a CGU seus acordos de leniência após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça.

"O ministro Vinícius de Carvalho abriu a reunião e esclareceu que as negociações seriam conduzidas diretamente pela equipe técnica da CGU em conjunto com os membros da Advocacia-Geral da União que já atuam em casos de acordo de leniência. Logo em seguida, se retirou da reunião", disse a nota.

A atuação da CGU na renegociação do acordo levou a Comissão de Ética Pública a abrir um procedimento preliminar para decidir se investigaria a possibilidade de conflito de interesse pela parte do ministro. A decisão foi de arquivar a denúncia, feita por três parlamentares do PL.
 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário