Ministro da Defesa suspende compra de bebida alcoólica pelas Forças Armadas
Segundo Walter Braga Netto, a bebida era consumida em confraternizações “depois de uma atividade estressante”
Foto: Isac Nobrega / Presidência
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, disse nesta quarta-feira (12) em audiência na Câmara que recomendou às Forças Armadas a suspensão na compra de bebidas alcoólicas. Segundo ele, a bebida era consumida em confraternizações “depois de uma atividade estressante”. " Nós já fizemos a recomendação para que isso seja evitado, já foi evitado isso aí, tá? Não vou comentar situações que ocorreram no passado. Agora, tem confraternizações, o pessoal vai para uma atividade estressante, quando eles voltavam era feita uma confraternização. Hoje em dia isso é feito com contribuição de cada um".
Documento do próprio ministério confirmou a compra de 80 mil latas de cervejas de várias marcas.
O ministro foi questionado pelo deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) sobre a necessidade de consumo de bebidas em cerimônias em plena pandemia de Covid-19. Em sua defesa, a pasta justificou que as bebidas também eram usadas para temperar alimentos.
O caso veio à tona após a repercussão negativa ao gasto de R$ 15 milhões do governo federal com leite condensado. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação para apurar possíveis irregularidades.
Braga Netto defendeu os gastos com alimentação e afirmou que há total transparência nas aquisições realizadas pela pasta.
O ministro também voltou a negar que existam leitos de UTI ociosos em hospitais das Forças Armadas. Segundo ele, um leito vago não quer dizer que é leito ocioso. "O paciente estabiliza, o leito passa a estar vago, isso não significa que eu não tenho outro paciente para o leito".
Uma tabela com a ocupação média de leitos de UTI da rede do Exército foi apresentada pela equipe do ministro, destacando que “não foi nada diferente do que viveu a população brasileira” com superlotação dos leitos. No mês de abril, dos 13 hospitais, nove apresentavam ocupação acima de 100%. A menor taxa era de Manaus com 49%.
Ainda segundo os dados, foram registrados 84.601 mil casos de coronavírus nas Forças Armadas, com 3.450 óbitos, 97% deles entre militares da reserva.