Ministro da Educação é convidado a explicar questões do Enem no Congresso
Convites para audiências no Congresso Nacional buscam esclarecimentos sobre perguntas do Enem relacionadas ao agronegócio.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
As comissões da Câmara e do Senado aprovaram, na última quarta-feira (8), convites para que o ministro da Educação, Camilo Santana, se pronuncie sobre questões do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) que envolvem o agronegócio. Os requerimentos foram aprovados após uma mobilização da "bancada do agro" no Congresso.
Embora inicialmente fossem pedidos de convocação, que exigem a presença obrigatória do ministro, esses convites foram convertidos em convites não obrigatórios. A Comissão de Educação da Câmara planeja ouvir Camilo no próximo dia 22, em uma audiência conjunta com as comissões de Agricultura e Fiscalização e Controle da Casa. Por enquanto, não foi definida uma data para a sessão na Comissão de Agricultura do Senado.
A decisão de convidar o ministro ocorreu dois dias após a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) solicitar esclarecimentos ao governo federal a respeito de três questões da primeira parte do Enem que, de acordo com a bancada, "discriminam" o setor agropecuário brasileiro.
A FPA divulgou uma nota pedindo a anulação das questões 89, 70 e 71, identificadas na prova de cor branca. Segundo a entidade, essas perguntas são "mal formuladas e de comprovação unicamente ideológica", permitindo que os estudantes escolham suas respostas com base em seu ponto de vista.
A questão 89 abordou aspectos negativos do agronegócio no Cerrado, mencionando, por exemplo, a "superexploração dos trabalhadores" e as "chuvas de veneno" (referindo-se ao uso de agrotóxicos). A questão 71 tratou da nova corrida espacial financiada por bilionários, discutindo as perspectivas que ela apresenta.
O item 70 enfocou o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia. A bancada do agro acredita que essas questões contribuíram para uma visão negativa do setor agropecuário brasileiro e, portanto, pediu esclarecimentos ao ministro da Educação.