Ministro da Educação planeja usar taxas de faculdades particulares para fiscalização
Camilo Santana destaca planos para financiar novo órgão de fiscalização e regulamentação do ensino superior privado
Foto: Luis Fortes/MEC
O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), revelou planos ambiciosos para o setor educacional em entrevista exclusiva ao Broadcast Político/Estadão. Ele discutiu a possibilidade de utilizar recursos provenientes de taxas pagas por faculdades particulares para financiar o novo órgão que será criado para fiscalizar o ensino superior privado. Segundo o ministro, dada a magnitude do setor, seria viável que o instituto arrecadasse fundos significativos.
Além disso, Santana anunciou a intenção do governo de estabelecer um marco regulatório para a educação a distância (EAD), visando definir quais cursos podem ser ministrados no formato híbrido ou remoto. Sobre o Fies, ele mencionou uma proposta de uma nova versão para o programa, ressaltando a importância de cobranças diferenciadas, levando em consideração a renda dos beneficiados.
Ao abordar a resistência no Congresso em relação à proposta de reforma do ensino médio, Santana expressou surpresa com a escolha do relator, deputado Mendonça Filho, e reafirmou a intenção do governo de insistir no texto original.
Quanto à regulamentação da educação a distância, o ministro destacou a necessidade de avaliar a qualidade desses cursos e mencionou a construção de um marco regulatório em parceria com o Conselho Nacional de Educação.
Santana também comentou sobre a criação de um instituto para regular o ensino superior privado, indicando a possibilidade de financiamento por meio de taxas. Ele afirmou que o volume de negócios no setor educacional poderia sustentar o próprio instituto.
A entrevista abordou diversos temas, desde as dificuldades na liberação de recursos até os desafios e metas para a educação no Brasil. Santana destacou a importância de repensar o Ideb e revelou que o MEC está projetando mudanças para os próximos oito anos.
Quanto a uma possível reforma ministerial, o ministro evitou especulações, deixando a questão em aberto para o presidente responder.