Ministros do STF mudam postura e fazem acenos ao governo Lula, diz revista
Medida visa harmonia entre os poderes
Foto: Agência Brasil
Com o intuito de estabelecer uma relação mais harmoniosa com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm adotado uma postura mais flexível. Essa tentativa de aproximação é recíproca, uma vez que uma das primeiras agendas de Lula após a eleição foi uma visita ao Supremo. A informação é da revista Veja.
Em um julgamento com impacto direto em um dos principais pilares de sustentação do PT, o ministro Gilmar Mendes alterou seu voto anterior para defender o recolhimento da contribuição assistencial de trabalhadores não sindicalizados.
Em 2017, o tribunal decidiu pela inconstitucionalidade desse tipo de contribuição. No início de 2020, Gilmar votou contra um recurso apresentado para derrubar essa decisão. Contudo, ele explicou que o relator do caso, Luís Roberto Barroso, apresentou uma nova perspectiva sobre o tema que o levou a mudar de entendimento.
Por sua vez, Barroso também mudou de posição em relação a um integrante do primeiro escalão do governo Lula. O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, interpôs um recurso para anular uma decisão de 2019 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por peculato.
Além disso, em abril, o ministro Dias Toffoli tomou uma medida interna para facilitar que Lula indicasse seu advogado criminal e amigo pessoal Cristiano Zanin para o STF. Toffoli transferiu-se da primeira para a segunda turma da Corte, evitando que os casos da Lava Jato fossem atribuídos ao indicado do presidente.