Política

Moraes afasta aliado de Roberto Jefferson da presidência do PTB

Decisão do ministro do STF acontece após denúncias de interferências do ex-presidente do partido

Por Da Redação
Ás

Moraes afasta aliado de Roberto Jefferson da presidência do PTB

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira (29) o afastamento por 180 dias do atual presidente do PTB, o deputado Marcus Vinícius de Vasconcellos Ferreira, mais conhecido como Marcos Vinícius "Neskau", após denúncias apontarem uma suposta interferência do ex-presidente da sigla, o ex-deputado Roberto Jefferson, nas decisões.

Moraes aponta que a documentação apresentada no processo indica que as decisões partidárias ainda estariam sendo influenciadas por Jefferson. Além disso, o ministro afirma haver indícios de que parte do valor devido ao fundo partidário da sigla estaria sendo utilizado para financiar a propagação de ataques contra instituições.

"A documentação juntada aos autos indica a possibilidade de manutenção da utilização de parte do montante devido ao fundo partidário do PTB para financiar, indevidamente, a disseminação de seus ataques às instituições democráticas e à própria Democracia, em continuidade às condutas ilícitas perpetradas por ROBERTO JEFFERSON MONTEIRO FRANCISCO, investigadas no âmbito destes autos, e objeto de denúncia nos autos da Pet 9.844/DF, também de minha relatoria", apontou Moraes.

Na decisão, o ministro determina que a Polícia Federal ouça o ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson e Neskau, no prazo de 15 dias.

"Havendo indicadores de utilização de dinheiro público por parte do presidente de um partido político (no caso, o PTB) para fins meramente ilícitos (financiamento de publicação e disseminação em massa de ataques escancarados e reiterados às instituições democráticas e ao próprio Estado Democrático de Direito), em continuidade às condutas de ROBERTO JEFFERSON MONTEIRO FRANCISCO, já denunciadas e investigadas, a questão escapa da órbita eleitoral e adentra na seara penal, deixando de ser uma medida unicamente interna corporis e que traria reflexos apenas no processo eleitoral", afirmou o ministro.

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