Moraes critica big techs por desinformação e ataques de ódio
Declaração do ministro foi apresentada em tese para cargo de professor titular na USP e destaca necessidade de regulamentação das redes sociais
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes enfatizou a necessidade de responsabilizar as big techs (grandes empresas de tecnologia) pela propagação de desinformação e ataques de ódio. Em sua tese apresentada à Universidade de São Paulo (USP) para concorrer ao cargo de professor titular, Moraes destacou a inaceitabilidade de tais empresas não serem responsabilizadas, especialmente quando direcionam os usuários a conteúdos ilícitos por meio de algoritmos ou lucram com publicidade associada a esses conteúdos.
O magistrado ressaltou que as big techs têm os maiores faturamentos em publicidade, citando um exemplo de US$ 33,6 bilhões em receitas no terceiro trimestre de 2023 de uma empresa responsável por duas redes sociais e um aplicativo de troca de mensagens, representando um aumento significativo em relação ao ano anterior.
Moraes reforçou a necessidade de regulamentar as redes sociais, argumentando que o que é proibido no mundo real também deve ser proibido no mundo virtual, sem que isso represente uma restrição à liberdade de expressão. Ele alertou contra discursos que associam a regulamentação das redes sociais à supressão da liberdade de expressão, classificando-os como mentirosos e propagadores de ódio e manipulação em massa.