Moraes exige que PGR se manifeste sobre indiciar Bolsonaro por relacionar vacina contra Covid-19 à Aids
Para a Polícia Federal, presidente cometeu crime ao fazer a associação falsa durante uma live
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou, nesta sexta-feira (19), que a Procuraria-Geral da República se manifeste sobre o pedido da Polícia Federal para indiciar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter associado a vacina contra Covid-19 ao risco de desenvolver Aids. Segundo a PF, Bolsonaro cometeu uma crime ao fazer a relação falsa durante uma live no Facebook, em 2021.
Em dezembro, o Supremo abriu um inquérito para investigar a conduta do presidente e a PGR, que havia aberto apenas uma apuração preliminar interna, questionou. O ministro afirma que a PGR não poderia abrir apuração interna já que o STF foi provocado a partir de uma notícia-crime feita pela CPI da Covid contra o presidente.
A PG recorreu desse entendimento do ministro. O questionamento começou a ser julgado na semana passada no plenário virtual, mas um pedido do ministro Andre Mendonça para ter mais prazo para analisar o caso interrompeu a análise. Não há prazo para a retomada.
Entenda o caso
Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) leu uma notícia que afirmava que pessoas do Reino Unido vacinadas com duas doses do imunizante contra a covid-19 estavam adquirindo Aids. "Recomendo que leiam a matéria", disse o presidente aos espectadores.
A informação já havia sido refutada pela Organização Mundial de Saúde, que recomendou a vacinação contra o coronavírus aos indivíduos portadores do HIV. Alguns dias depois, o Facebook e Instagram removeram a live em questão.