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Morales quer disputar uma vaga no Senado boliviano

Próximas eleições ocorrerão em maio

Por Da Redação
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Morales quer disputar uma vaga no Senado boliviano

Foto: Reprodução / UOL

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales (2006-2019), confirmou em entrevista ao jornal chileno "La Tercera" sua intenção de concorrer a uma vaga no Senado de seu país, nas eleições gerais do próximo 3 de maio, dia em que os bolivianos elegerão um novo presidente, vice, 36 senadores e 130 deputados. Refugiado na Argentina, Morales revelou até mesmo ter conversado sobre o assunto com o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón e assegurou que "é uma proposta, estamos fazendo uma avaliação".

"Quem não gostaria de voltar (à Bolívia), porque felizmente nenhum dos processos (judiciais) contra mim é por corrupção", disse Morales, que foi proibido pelo governo do presidente argentino, Alberto Fernández, de viajar para províncias do Norte do país, que fazem fronteira com a Bolívia. A Casa Rosada teme pela segurança do ex-presidente boliviano e, ao mesmo tempo, tenta evitar conflitos com o governo dos Estados Unidos, que vem questionando as atividades políticas de Morales no país.

Na Bolívia, a perseguição a ex-funcionários do governo Morales é intensa. Vários ex-colaboradores do ex-presidente continuam na clandestinidade e, segundo denunciou o próprio Morales, sua advogada e ex-chefe de gabinete, Patricia Hermosa, foi detida e enfrenta acusações de sedição e terrorismo. Em sua conta na rede social Twitter, o ex-chefe de Estado denunciou a "prisão ilegal" da advogada e, também, a apreensão por parte de forças de segurança nacionais de alguns de seus documentos pessoais, necessários para que Morales possa concorrer a uma vaga no Parlamento.

Semana passada, o Movimento ao Socialismo (MAS) informara que o ex-presidente dera uma procuração a seu advogado e ex-vice-ministro, Wilfredo Chávez, para que fosse registrada uma candidatura ao Congresso. Morales não pode concorrer à Presidência, mas, segundo especialistas, não existe impedimento para que dispute uma vaga no Parlamento. Uma eventual cadeira no Senado não daria imunidade a Morales, que está às voltas com denúncias de sedição e terrorismo, como muitos de seus ex-colaboradores. A imunidade parlamentar foi eliminada da Constituição de 2009, que o próprio Morales promulgou.

"Não existe democracia nem eleições limpas quando existem detenções diárias e violação das garantias constitucionais e dos direitos humanos", escreveu Morales no Twitter. Na entrevista ao "La Tercera", o ex-presidente diz que "se as autoridades do governo de fato respeitarem as normas, não existe contra mim qualquer ordem de prisão, nem julgamentos. Um ex-presidente pode ser submetido a um julgamento de responsabilidades (impeachment), qualquer pessoa na Bolívia pode começar um julgamento de responsabilidades. Mas até agora o processo ordinário é totalmente ilegal e inconstitucional".


 

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