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Morre Vladimir Carvalho, documentarista do cinema novo, aos 89 anos

A informação foi confirmada pela família do cineasta.

Por FolhaPress
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Morre Vladimir Carvalho, documentarista do cinema novo, aos 89 anos

Foto: Wilson Dias | Agência Brasil

Vladimir Carvalho, um dos mais importantes documentaristas brasileiros, morreu na manhã desta quinta-feira, aos 89 anos. O cineasta sofreu um infarto em Brasília, foi internado quando seus rins pararam de funcionar e foi submetido a hemodiálise, mas não resistiu. A informação foi confirmada pela família do cineasta.

Um dos maiores nomes do cinema brasileiro, Carvalho produziu mais de dez documentários sobre política e história nacionais em mais de 50 anos de carreira. Diretor de filmes como

"Romeiros da Guia", de 1962, "O País de São Saruê", de 1971, "Brasília Segundo Feldman", de 1979, e "Rock Brasília: Era de Ouro", de 2011, também foi assistente de direção em "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho.

O cineasta nasceu em Itabaiana, na Paraíba, em 1935. Em 1959 começou a trabalhar como crítico em um programa de rádio, "Luzes do Cinema" e, neste mesmo ano, Linduarte Noronha o convida para escrever o roteiro de "Aruanda", do qual também seria assistente de direção, com João Ramiro Mello, em 1960.

Carvalho conheceu Glauber Rocha na Universidade da Bahia, em Salvador, e participou da vertente de documentários do movimento do cinema novo. Produziu seu primeiro filme em 1962, o curta-metragem "Os Romeiros da Guia", feito com João Ramiro.

Foi convidado por Eduardo Coutinho para ser assistente em "Cabra Marcado para Morrer", mas as filmagens foram interrompidas com o golpe militar de abril de 1964. Trabalhou também em "Opinião Pública", de 1966, com Arnaldo Jabor.

Em 1967, o fotógrafo Fernando Duarte lhe convida para realizar o projeto do núcleo de produção de documentários do Centro-Oeste na Universidade de Brasília, onde passou a lecionar.
Sua principal obra é "O País de São Saruê", sobre as secas constantes na região de Rio do Peixe, na Paraíba, de 1971.

Criou a Fundação Cinememória, que abriga todo seu acervo -que conta com 23 títulos de documentários, mais de 5.000 livros, equipamentos de projeção cinematográfica, fotos, roteiros, materiais audiovisuais em diversos formatos, entre outros- e fundou a Associação Brasileira de Documentaristas em 1994.

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