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Morte do ativista Chico Mendes completa 35 anos

O assassinato levou à prisão de Darcy Alves da Silva, executante do crime, alegadamente a mando de seu pai

Por Da Redação, Agência Brasil
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Morte do ativista Chico Mendes completa 35 anos

Foto: Reprodução/ Biovert

Há três décadas e meia, em 22 de dezembro de 1988, o sindicalista e ecologista Chico Mendes foi tragicamente assassinado em Xapuri, Acre. Seu amigo próximo, Gomercinco Rodrigues, conhecido como Guma, relembra a última conversa que teve com Mendes, destacando as preocupações com a segurança do ativista.

Minutos antes do fatídico evento, Guma expressou suas apreensões sobre a movimentação de pistoleiros à Mendes. Posteriormente, ao deixar a casa do líder seringueiro, Guma soube que Mendes havia sido alvejado por um tiro de espingarda enquanto se dirigia para um banho. O engenheiro agrônomo, ainda emocionado, descreve os momentos de desespero ao procurar ajuda na pequena cidade de Xapuri.

O assassinato levou à prisão de Darcy Alves da Silva, executante do crime, alegadamente a mando de seu pai, o fazendeiro Darly Alves da Silva. Com receio da impunidade, Guma e outros ativistas criaram naquela noite o Comitê Chico Mendes, buscando justiça e uma investigação rigorosa.

Em setembro de 2023, a ONG Global Witness destacou que um em cada cinco assassinatos de defensores do meio ambiente ocorreu na Amazônia no ano anterior, evidenciando a persistência da violência na região. Ângela Mendes, filha de Chico Mendes e coordenadora do Comitê, destaca a importância contínua do trabalho em meio a um cenário de medo e impunidade.

 “A ideia do comitê surgiu, na verdade, na noite do assassinato do meu pai, como uma estratégia de mobilização da sociedade para pressionar pela punição dos criminosos. Havia um cenário de medo e impunidade”, argumenta.

O legado do sindicalista vai além do ativismo. Sua visão "revolucionária" resultou na criação de reservas extrativistas, um modelo de desenvolvimento sustentável que ganhou força após sua morte. Ângela ressalta que essas reservas desempenham um papel crucial no combate à crise climática e na garantia dos direitos das comunidades locais.

Guma, agora advogado, continua a lutar contra a impunidade e a violência que afligem os trabalhadores rurais. Ele enfatiza a importância das alianças, uma lição aprendida com Mendes, que tinha o poder de unir diferentes grupos em prol de um objetivo comum.

A filha de Chico Mendes, Angélica Francisca Mendes, segue os passos da família como bióloga e analista de conservação na WWF.

 “As reservas extrativistas são um modelo de unidade de conservação de uso sustentável. Mas eu acho que a maior lição que ele deixou para mim é a esperança. Ele foi um agente de luta”, enfatiza

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