Mortes no Brasil estão distante dos índices de Espanha e Itália, diz estudo
Especialista alerta que não há motivo para deixar preocupação de lado

Foto: Reprodução/Internet
No dia em que o Brasil atingiu a marca de 6 mil mortes oficiais por coronavírus, a preocupação em relação ao avanço da mortalidade cresceu. O medo é de que o país, atingido mais tardiamente pelo coronavírus do que nações da Europa e da Ásia. alcance os mesmos patamares que alguns destes países. Um estudo comparativo divulgado nesta sexta-feira (1º) ajuda a esclarecer em que nível ele se encontra em relação ao resto do mundo.
O artigo "Diferenças nas taxas de mortalidade por COVID-19 ao redor do mundo", publicado na Revista "Ciência e Saúde Coletiva", comparou os índices em 78 países e territórios usando como base a taxa de mortalidade na data em que cada um deles atingiu a 10º morte oficial e nos dias seguintes. O resultado mostra que o Brasil ainda está longe de figurar na parte de cima da lista das nações com maior mortandade.
Ainda assim, ainda não há motivos para alívio. "Os resultados brasileiros são consistentemente melhores do que a maioria dos países europeus e consistentemente piores do que a maioria dos países asiáticos", destaca o epidemiologista Pedro Hallal, autor do estudo e reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Neste sábado (2), o Brasil irá completar 40 dias após a 10ª morte. A taxa brasileira é de 27,76 (o artigo foi publicado antes da divulgação dos dados desta sexta).
Neste mesmo momento da pandemia, Espanha e Itália registravam, respectivamente, 274,54 e 262,79. Nos Estados Unidos, ela era de 71,45. 2,5 vezes maior que a taxa brasileira. A China, que chegou a ser o epicentro da crise, registrava apenas 2,02 mortes por 1 milhão de habitantes. "Os resultados aqui apresentados são decorrentes de estratégias corretas adotadas, especialmente quanto ao início precoce do distanciamento social no Brasil. Mas caso elas sejam revertidas, a mortalidade no Brasil pode rapidamente crescer. Como ocorreu nos Estados Unidos, por exemplo", conclui Hallal.