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Mortes por Covid-19 de pessoas vacinadas são raras, segundo especialista

Nenhum imunizante é 100%, mas eficácia é 'indiscutível', diz médica

Por Da Redação, Agência Brasil
Ás

Mortes por Covid-19 de pessoas vacinadas são raras, segundo especialista

Foto: Divulgação/GESP

A morte do ator Tarcísio Meira, que ocorreu na última quinta-feira (12) por complicações da Covid-19, levantou o debate sobre a eficácia da vacinação. O ator estava completamente imunizado com a CoronaVac desde abril deste ano. Com esse episódio, diversas pessoas passaram a dizer que "não adianta tomar vacina". De acordo com um especialista ouvido pela Agência Brasil, apesar de nenhum imunizante ser 100% contra o vírus, sua eficácia é "indiscutível".

"Nenhuma vacina disponível no Brasil, a da Pfizer, a Janssen, AstraZeneca ou a CoronaVac asseguram 100% de proteção. As pessoas continuam precisando de cuidados, como uso de máscara e distanciamento social. Mas a efetividade das vacinas é indiscutível.,Basta ver que nos países com vacinação avançada, como Israel e Inglaterra, mesmo com aumento de casos por causa da variante Delta, o número de internações e mortes são proporcionalmente muito menores, resultado direto da imunização", diz a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) e da da Universidade Estadual Paulista (Unesp) avaliou o efeito das vacinas contra o novo coronavírus na população brasileira e concluiu que 91,49% das vítimas fatais da doença, entre maio e julho deste ano, não tinham tomado vacina ou não estavam totalmente vacinadas com as duas doses. 

A mesma pesquisa demonstrou que 84,9% das pessoas imunizadas que morreram no país tinham algum fator de risco para a covid-19 e 87,6% tinham 70 anos ou mais. Sobre a incidência de agravamento de quadros em pessoas idosas, mesmo que vacinadas, tem uma explicação biológica. A imunossenescência é o processo de envelhecimento e desregulação da função imunológica no organismos de idosos, o que contribui para o aumento da suscetibilidade a infecções por vírus e bactérias, além do desenvolvimento de doenças como o câncer e a redução da resposta vacinal imunológica.

"Nos idosos a partir dos 60 anos, há o que a gente chama de imunossenescência. O nosso organismo, fisiologicamente, perde a capacidade, ante a exposição de um antígeno, seja a doença ou a vacina, de gerar resposta imunológica adequada", explica a médica Lorena de Castro Diniz, coordenadora do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). "Além da imunossenescência, é muito raro um idoso acima dos 60 anos não ter uma comorbidade, como cardiopatia ou diabetes. Então, com esses dois aspectos, aumentam as chances de evoluir gravemente frente ao vírus da covid", acrescenta.

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