Motta diz que projeto do IR é prioridade do Congresso, e Haddad promete apoio técnico a Lira
Questionado se tivesse de escolher entre pautar o projeto do IR ou da anistia, o presidente da Câmara disse que tem buscado não perder o equilíbrio

Foto: Acervo/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quarta-feira (23) que nenhum projeto, incluindo o PL da anistia aos envolvidos na trama golpista, vai prejudicar o andamento da reforma do Imposto de Renda no Congresso Nacional.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda), por sua vez, prometeu apoio técnico ao relator, deputado Arthur Lira (PP-AL).
"A pauta do Imposto de Renda é uma prioridade no Parlamento, nós colocamos isso desde o primeiro momento", disse Motta em evento organizado pela CNN Brasil, que também teve a participação do presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney.
Questionado se tivesse de escolher entre pautar o projeto do IR ou da anistia, o presidente da Câmara disse que tem buscado não perder o equilíbrio e a cautela e pregou o diálogo.
Na visão dele, o país não precisa de uma crise institucional em um cenário já de crise internacional, em referência à guerra tarifária entre Estados Unidos e China.
"Não é ficar na frente ou atrás, as matérias legislativas têm sua ordem de chegada, mas penso que, para a população brasileira, na ordem de prioridade a matéria do Imposto de Renda tem um apelo maior porque estamos tratando de possibilitar às pessoas de menor renda ter uma renda a mais", afirmou.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que isenta o Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5.000 por mês e cria um imposto mínimo para milionários.
A proposta de compensação será cobrada de pessoas com ganhos a partir de R$ 600 mil anuais. A alíquota será progressiva, até atingir o patamar máximo de 10% para quem ganha a partir de R$ 1,2 milhão ao ano.
Haddad disse que ainda não teve oportunidade de discutir o projeto com Lira e que tem conhecimento das dúvidas que o ex-presidente da Câmara tem acerca da proposta.
"Não faltará apoio técnico do Ministério da Fazenda para ele formar o melhor juízo possível a respeito desse projeto, porque é um projeto muito bem pensado", afirmou o ministro. "Do nosso ponto de vista, sempre abertos ao diálogo, nós chegamos a um desenho muito satisfatório. Não vai machucar ninguém", acrescentou.